Hoje, dia 8 de agosto de 2020, sábado, agora à tarde, data fatídica para todos os brasileiros. Chegamos aos 100 mil mortos pela COVID-19. Eu mesmo nunca esperei que chegássemos a este número. Aqui, na minha cabeça, quando corria o mês de março, pensei que tudo seria resolvido e a pandemia estaria sob controle no mês de julho. Coloquei julho na cabeça sem nenhuma base lógica, mas, pensei nele como a data de paz e controle.
Não é o que vemos hoje, 100 mil mortos! E tudo se foi desfigurando. Quando a situação em Manaus saiu do controle, até mesmo para os coveiros, os enterros foram congestionados. A imagem de um caminhão frigorifico contratado pelo Governo do Estado às portas dos hospitais me deixou desbalizado quanto ao nosso próprio futuro.
Ainda estamos cavando soluções, indo e vindo nos controles de isolamento, abertura das atividades comerciais e a cada dia se repete o número de mortos. A média diária é de cerca de mil, indo a mais ou menos. E não se imagina que este número representa o equivalente a 4 ou 5 aviões cheios explodidos a cada dia. Um só já causaria comoção, mas, pela repetição, o número vai ficando cada vez mais comum – um número martelado na televisão.
E a gente não dá bolas para 100 mil mortos. Muito menos por 1000 mortos a cada dia. A coisa vai virando rotina. E a rotina acomoda ouvidos e visões. Até mesmo as emoções. O que fazer? Não nos restam opções a não ser fazer o que não foi feito direito e no tempo certo: – testar protocolarmente, usar máscaras, higienizar as mãos, manter o isolamento social e esperar ansiosamente pela vacina.
Ou esperar que a doença atinja o maior número de brasileiros até que, por si só, estabeleça a barreira do contágio, como deve ter acontecido em Manaus: – a imunidade de rebanho, quem sabe, não será a solução? Enquanto se despreza o número de mortos…
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