O BRASIL SOU EU

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EU Brasil. Ando e o Brasil está dentro de mim. Brasil vai bem, vou bem também. Onde ele vai eu vou dentro dele. Como se tivesse dentro de um avião. 

Mas, o meu EU não se refere a mim, somente. Cada brasileiro é um Brasil vivo e andante. Você é o EU a que me refiro. A forma é de um quase triângulo invertido. Um triângulo equilátero torto. Um Norte e Nordeste e lá embaixo, bico fino, que é o Sul. Eu ando por aí, mas, sou Amazônia, sou Solimões, sou Araguaia, Tietê, São Francisco. Sou caatinga, savana, cerrado, sou Parecis. Sou vaqueiro, cangaceiro, pantaneiro, sou Rio de Janeiro, sou litoral.eubrasil

Sou Brasil aqui, ali e acolá. Do Japão ao Canadá. Sou Brasil onde estiver, em Paris, Nova Iorque, Barcelona, sou fartura, churrasco, cuscuz com leite, estou na lona, nem por isso, deixo de ser Brasil. Não dá para fazer samba, nem rima, nem Noel Rosa ou Zeca Padodinho, agora, chegou a hora ser mais Brasil.

De que cor é esta crise?

Que  tanto se fala, sem começo e nem fim, como se fosse um mergulho, fundo do mar, bem escuro. A crise tem a cor da nossa Bandeira Nacional, o verde, amarelo, azul. A crise tem a cor da nossa Pátria Amada. Tem a cor da nossa própria face. Não adianta procurar culpado, nem erro, euzinho aqui e ali e aí onde está, também carrega a mesma “responsa”. 

Já vivi tantas crises, golpes de estado, ditadura, crise na democracia. Já vivi décadas perdidas, dívida externa, FMI. De tudo já vi. E agora tem mais esta, se curta ou estirada, não sei, não gosto de falar, só sei, meu Eu querido, que mais uma vez, vou ter que me virar, levantar a cabeça e encarar a realidade. Bem melhor do que uma guerra, bem melhor do que uma seca prolongada, bem melhor do que faltar água. Bem melhor do que os campos de concentrações, ou dos refugiados. A crise, meu irmão, é uma guerra civil. Só uma crise já é muito – a econômica. Aqui temos outra, a crise política. A crise moral das ruas. Uma é muito, duas é demais. E tantas, nem se fala. 

Tem muita falta de juízo por aqui. Quando o Congresso vota, por birra contra a Presidente, vota é contra o Brasil. A crise vem de um jogo de bola, do eu contra o outro eu. É muito bacana jogar pra torcida, levantar a galera, ao fim – perder o jogo. Não adianta o Neymar jogar bonito, dar “chapeuzinho” e perder o jogo. Chegou a hora de sermos uma nação, da união, de cantar o Hino Nacional e emocionar. De ver a Bandeira do Brasil tremular e se ter orgulho dela. Agora, chegou a hora, diante de crise econômica, política, que necessita um EU mais forte, tem que ser mais EUS, de união de todos.

O EU Brasil irá superar as duas crises. Porque já superamos tantas outras. Vamos sim! Mas, não precisava deste mergulho em águas tão turvas. Não precisava disto. Cadê a reforma política? Cadê a coragem de acabar com as coligações proporcionais? Onde um deputado ou vereador, ganha uma eleição com poucos votos e aquele que é bem votado perde? Cadê a responsabilidade de se promover com força o ajuste da previdência social, para que ela deixe de ser deficitária?

Não.

Nada disto e muito mais do que EU Brasil precisa. De abrir o nosso país ao comércio exterior de maneira simples e desembaraçada. Os nossos portos serem arrumados e bem geridos e não o peleguismo existente hoje em dia. Não basta que o EU Brasil, que trabalha e dá duro faça a sua parte sozinho, quando o desmantelo vem de cima. Vamos nos ajeitar em casa primeiro. Creio que é o momento da virada, e sair deste complexo de jeca-tatu que tanto nos persegue e nos puxa para o atraso novamente. Não dá para se pensar em ser triângulo invertido, não dá. Não dá para olhar só para os pés. Não dá para se viver neste equilíbrio instável de todos os dias. Chegou a hora de se aproveitar para derrubar os muros do EU Brasil, para ser mais mundo inteiro. Senão a China irá nos engolir inteiro. 

Não há milagre, veja o caso da Grécia, Portugual, Espanha, Itália, nem falo dos países africanos.

O milagre é fazer o que deve ser feito, é trabalhar, é ser austero, é pagar as contas em dia, é sair desta mania de perseguição, de ser coitadinho. É ajustar as contas, como toda família brasileira faz e só fazer o que está ao alcance das mãos. Só fica rico quem poupa, quem não paga juro alto, quem estuda e quem se esforça. Não há milagre e sim trabalho. E sim o bom exemplo. Para combater a crise, a primeira arma que se deve usar é a ética. Esta é arma que todo brasileiro deve carregar na cintura.  Esta é a ferramenta de trabalho para se construir tijolo a tijolo o EU Brasil, de novo. 

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