(relato da minha primeira viagem à Itália)
O Vaticano é um pequeno território, mas parece não ter fim. A gente vai andando, rodando, e tem a impressão de sempre estar no mesmo lugar.
A arte lá expressada por vários artistas fantásticos, nobres e conhecidos como Rafael e Michelangelo, que viviam num tempo onde não se compravam tintas em lojas, mostra a genialidade, o extraordinário, o jogo de cores, as luzes e as perspectivas de uma época.
Não há espaço vazio no Vaticano. Tudo é preenchido pelo fascínio humano, pelas mãos e cérebros milagrosos. Tudo por aqui é arqueado, ovalado, estreito, arredondado, preenchido, impressionante, do piso ao teto. Tudo tem sentido ou se pode dar sentido e interpretações.
Fui passando pelos diversos departamentos, quartos, todos decorados pela arte sacra. Destaque para Capela Sistina, museus, peças mortíferas e gravuras dantescas de guerras, santos, cenografia da Bíblia, apóstolos e muitos papas. Muito luxo e poder exorbitante da igreja católica. Há uma correlação estreita entre o poderio dos imperadores romanos e dos papas. Poder é poder. Exerce-o no seu limite máximo, para que nada possa diminuí-lo.
O Vaticano expressa poder mesmo, que não tem mais hoje, porque a Igreja Católica vive outro momento, por sinal bem difícil de justificar. O catolicismo tem minguado com o tempo. Essa fase fantástica passou. Tudo aqui é lembrança. A Capela Sistina é um ponto que a multidão estanca. Olha e se encanta. Dói o pescoço. E fica a dúvida sobre que posição Michelangelo pintou vários quadros no teto. Me parece que ele trabalhou deitado.
O fim do passeio é a Praça e a Basílica de São Pedro. Um encanto só. Pilares enormes. Cúpulas em arcos que se cruzam. Altares. Túmulos de papas e santos. Há bordados em ouro nos beirais dos altares. E a multidão atônita, depois de ver e se perder em jardins, pátios, esculturas e agora na praça enorme, de almas, essências, emoções, crenças e muita beleza.
O turismo no Vaticano deve ser uma das mais fortes fontes de receitas do papa. O meu quadro mental ficou cheio. E ainda cabe outras interpretações que queira acrescentar. Vou ficar por aqui e me dar por satisfeito com a visão pura e simples do Vaticano como ele é.
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