Vou tirar pedacinhos dos outros, colar aqui, fazer uma calça de retalhos, remendos, para me encher de assuntos, que me faltam agora, quatro horas, somente um pio na madrugada, filhote de passarinho, caído do ninho, escuridão, que parece não ter mundo, só aqui.
A boca na pedra o levara a cacto/a praça o relvava de passarinho cantando/ele tinha o dom da árvore/ele assumia o peixe em sua solidão. Seu amor o levara a pedra/estava estropiado de árvore e sol… todas as coisas cujos valores podem ser disputados no cuspe à distância servem para poesia/ o homem que possui um pente, e uma árvore/ serve para poesia. Terreno de 10x 20, sujo de mato – os que nele gorjeiam: detritos semoventes, latas servem para poesia (Manoel de barros)
O Projeto Burareiro de Educação Integral, quando havia, apenas, lanços de iniciativa no Brasil, tudo vinha e morria, veio de um desafio político. Mais de dez anos já se passaram. Ele ainda está de pé, precisando ser “aprendido” com suas falhas, mas, não dá para jogar na lata do lixo. Ele veio como uma insurreição ao modelo formal de ensino. Veio querendo quebrar a coluna dorsal do modelo. Está aí, em Ariquemes, teimando em viver, renascer, ressuscitar.
A infância é a camada fértil da vida/ depois da camada fértil/ vem o cascalho/ a pedra a camada adulta/ estéril dura impermeável…. menino sem mimo, sem elogio, mas orgulhoso, como o lambari na mão (Nicolas Behr)