Os 41 anos do município de Cerejeiras, a saga de JK e o compromisso do presidente Lula com Rondônia, fazem parte do primeiro discurso do senador Confúcio Moura (MDB-RO), pronunciado na tribuna, segunda-feira, dia 5. Lula visitará o estado.
O senador lembrou o Plano de Metas do ex-presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira; mencionou o compromisso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com Rondônia; e saudou o município de Cerejeiras, na fronteira Brasil-Bolívia, pelos 41 anos de emancipação política e administrativa.
“Cerejeiras está numa região bonita de Rondônia, dentro do lindíssimo Parque Ecológico de Corumbiara, onde a gente parece estar nas savanas africanas: encontramos animais e bichos de diversas espécies, em estado de natureza”, descreveu.
Além do fator ambiental positivo, Confúcio lembrou que Cerejeiras “mescla alta produtividade de grãos, soja, milho e criação de gado bovino.”
JK, pensador e criativo
Em seguida, trouxe ao Plenário a memória do ex-presidente JK, o construtor de Brasília: “Eu morava com meu pai na Vila Planalto, ele foi candango na construção de Brasília, nos anos 1950. Juscelino foi um presidente muito querido: era médico urologista da Polícia Militar de Minas Gerais, foi capitão, e desde os anos 1930 e 40 demonstrou ser um homem muito, muito pensador, muito criativo.”
“Olhem, construir Brasília em cinco anos foi um desafio extraordinário, e se fosse hoje ele não construiria nem um prédio, nem esse aqui do Congresso, porque ninguém faz desse tamanho. Ele estava aqui, no meio do capim, de paletó de linho muito bonito, mas construiu a Capital”, assinalou.
Lembrou que, ao morrer, Juscelino foi conduzido ao Campo da Esperança por antigos candangos de Brasília, pois a maioria aposentada residia em Goiânia, incluindo o pai do senador. “Ele não queria que o corpo dele um dia andasse em caminhão de corpo de bombeiros não; ele queria ser levado pelas mãos do povo para o cemitério, mas eles foram a pé, devagarinho, acompanhando o corpo dele até o cemitério. Isso para vocês verificarem como era um homem popular, um homem querido e lembrado pelos seus feitos aqui.”
“(…) Juscelino foi o construtor dos maiores trechos rodoviários brasileiros, de norte a sul, de leste a oeste. A Belém-Brasília foi aberta por ele; a BR-364, que liga Mato Grosso até a Região Norte, até o Acre, foi Juscelino que abriu na década de 1950, em 59. Ela só foi pavimentada em 1982.”
Gratidão de Rondônia
O senador comentou o momento político brasileiro: “Vocês sabem que a política brasileira está muito polarizada, muito radicalizada, ficou muito difícil ser político com essa situação
“Quem é Bolsonaro é Bolsonaro, quem é Lula é Lula. Mas, lá, a preferência foi pelo presidente Bolsonaro, que teve 70% dos votos. Eu apoio o presidente Lula desde quando o MDB, no segundo turno, se manifestou; eu fui com a Simone Tebet em apoio a ele e tenho dado essa demonstração de fidelidade ao presidente.”
Segundo Confúcio, o MDB compõe o atual governo, ocupando três ministérios importantes. “Eu sou grato por isso, nós estamos governando juntos, então, eu estou com o governo e seria de minha parte um contrassenso, uma impropriedade não ser o que eu sou hoje, então, não precisa me estranhar.”
“Recebemos benefícios, ajudas, gentilezas, e é muito difícil a gente agradecer a quem nos privilegia com atenção. Nós sempre adiamos, esquecemos dos benefícios. Eu vejo que, mesmo o presidente tendo sido derrotado, Rondônia, de uma maneira acachapante mesmo, de 70% a menos de 30%, não ficou com nenhuma mágoa do nosso estado; pelo contrário, ele não cita isso e tem atendido às necessidades primeiras e essenciais do nosso estado”, acrescentou.
Rodovias federais
O senador lembrou que, em menos de dois anos de governo o presidente Lula já fez muito por Rondônia. Descreveu: “(…) nós temos lá somente uma rodovia que liga o Brasil todo a Rondônia, que é a BR-364. No Governo anterior havia menos de R$ 140 milhões para a manutenção das rodovias federais em Rondônia; com o Presidente Lula aumentou para R$ 480 milhões e agora, este ano, chegou a R$ 632 milhões!”
Conforme Confúcio, as rodovias federais no estado “eram 3% ótimas e boas no início do governo, e hoje os trechos rodoviários de Rondônia estão com 85% entre ótimo e bom.” “Isso é excelente! Você encontra áreas de obras em toda a extensão das rodovias federais, é muito gratificante.”
Lembrou a visita do ministro Renan Filho (Transportes) na semana passada a Itapuã do Oeste, a cerca de cem quilômetros de Porto Velho. “Ele foi entregar uma obra do governo Lula, revitalizando trecho rodoviário crítico, horroroso, dentro da área de abrangência do município; o serviço ficou maravilhoso e foi entregue em tempo especial, muito rápido.”
“O ministro também anunciou duas pontes novas na BR-425, que vai para Guajará-Mirim (fronteira Brasil-Bolívia), e agora o presidente Lula está elaborando editais para a concessão da BR-364, para que ela possa ser administrada, em trechos de cem quilômetros, a empresas privadas.”
Em abril, o senador esteve na Casa Civil do Governo conversando com a ministra secretária-executiva Miriam Belchior, a fim de obter o compromisso da construção da ponte binacional entre Brasil e Bolívia, entre o município de Guajará-Mirim e a região boliviana do Beni.
Anteriormente já se falou muita nessa ponte internacional sobre o Rio Mamoré. “Certo é que a ministra Miriam com o presidente Lula, incluiu a ponte, no valor de R$ 450 milhões, no Programa de Aceleramento do Crescimento (PAC), e brevemente deverá ser lançada a ordem de serviço.”
Confúcio mencionou o município de Ji-Paraná, a 367 Km da Capital, a segunda cidade do estado. Ela possuía um conjunto habitacional com 1.456 moradias inacabado, por ele lançado quando governador, as obras ficaram dez anos paralisadas e agora foi retomado por decisão do presidente Lula.
Com a Caixa Econômica, o governo assinou e está providenciando contratos para a construção de casas na Cidade de Cacoal e Rolim de Moura, pelo programa Minha Casa Minha Vida.
O senador lembrou ainda da importância de Rondônia na integração latino-americana com a saída de produtos do Brasil rumo aos portos (Ilo e Matarani) do Pacífico, do Peru e do Chile. “Isso será um eixo de integração rodoviária de exportação para a China, que encurtará dez dias, por navio, essa rota via Pacífico. Ficará muito mais barato o frete das exportações brasileiras.”
Leave a Reply