Na última quinta-feira (14), em pronunciamento no plenário do Senado Federal, o senador Confúcio Moura (MDB-RO) chamou atenção dos governantes para a necessidade de mudança na educação do país. De acordo com o parlamentar, há grandes desafios, como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que foi aprovada no último ano e deve ser implantada a partir de 2020.
“A BNCC é boa e exemplar. É uma referência mundial termos três disciplinas nucleares, como a matemática, a língua portuguesa e o inglês, mas precisamos montar laboratórios. A matemática de quadro-negro ou a matemática de materiais e jogos para ensinar as crianças? Necessitamos de mudanças efetivas na infraestrutura das escolas”, indagou.
Na ocasião, citou o massacre na Escola Estadual Raul Brasil, no município de Suzano/SP, para cobrar mais atenção dos poderes na construção de políticas públicas que visem a transformação e a qualidade do ensino no país. Segundo o parlamentar, a escola perde continuamente a sua autoridade, a sua influência e seu respeito na comunidade, passou a ser um ambiente de medo. “Progressivamente, na hora do recreio, que é o momento mais gostoso das aulas, passa-se a observar o espetáculo das brigas das facções internas. Lá fora, na rua, ainda na porta, os grupos se digladiam, cercados por colegas que aplaudem as brigas”, assevera.
Para o senador, a violência contra os professores e o desequilíbrio das escolas são resultados da falta de respeito e de disciplina interna, além do tráfico e da bandidagem do entorno. Durante o discurso, o parlamentar citou uma instituição de ensino em Porto Velho/RO, a Escola Manaus, que foi depredada 39 vezes, tudo registrado em boletim de ocorrência. Como governador do Estado, Confúcio contou que naquele momento só lhe restou a militarização da escola. “Hoje, há filas para matrículas, com pais orgulhosos das crianças e uma interação família, professor e escola”.
Em comparação aos países vizinhos – como Argentina, Chile e Uruguai –, o senador contabiliza que o Brasil precisará de 20 a 40 anos para alcançar a qualidade de ensino. “Eu já estou com 70 e, certamente, não verei realizado esse grande sonho brasileiro de termos uma educação de qualidade. E nós ficamos com muita vergonha, pois somos um país grande, a sétima ou oitava economia do mundo, maior do que quase a soma das economias dos países vizinhos, mas temos a pior qualidade na educação na América Latina. Isso é muito ruim!”, afirma.
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