A minha rua em Ariquemes, não é propriamente, uma rua. Não sei a origem, de verdade, mas, chama “alameda” Piquiá. Uma extraordinária coincidência, goiano e tocantinense de origem, não poderia ter recebido maior homenagem, do que “piquiá”, que deve se originar do piqui ou pequi. Fruto quando maduro, amarelo ouro, cheiroso, gorduroso, entremeia no arroz, molhos e conservas, nas misturas, enfim, “sustentoso”. O camarada criado no piqui tem força e tem coragem, que nem bicho do cerrado. Afora, o fruto saboroso, a minha rua sofreu uma metamorfose radical. As casas de tábua, foram sumindo, no lugar delas vieram as lojas, escritórios, consultórios modernos e luminosos. Na rua inteira, não tem mais as grandes famílias: Pedrotti, Raposo, Almeida, Soté. Somente três moradias resistem, entre móveis, roupas e equipamentos.