Sou do tempo de famílias grandes. Quando não se fazia nenhum controle de natalidade, não havia pílulas anticoncepcionais e nem conheciam outros métodos de controle. Sou do tempo que se era velho aos 40 anos. Sou do tempo em que havia pouca escola e que na roça era raridade haver um professor. Mesmo nas cidades grandes, parte da população infantil e de jovens não estudavam e o analfabetismo era dominante.
Com elevado número de nascimento de crianças, por casais, embora a mortalidade infantil, também fosse elevada, mesmo assim, a população brasileira cresceu muito. E o tempo foi passando e a política de educação foi incentivada, com a meta de 100% de crianças matriculadas e foi um sucesso, aumentaram escolas em quase todos os lugares. Mesmo na área rural surgiram as escolas multiseriadas, com escolas singelas, um professor (a) para todos. Todos juntos numa mesma sala, bancos ou tábuas para se sentar, uma privada de buraco, lá nos fundos. E o professor (a) que fazia “de um tudo”.
Escolas e mais escolas, por todos os cantos, cheias no início e com o evoluir da idade dos meninos, altíssima reprovação e evasão. E tudo foi ficando assim, ficando somente, o objetivo da política de governo, escola para todos, mesmo que estes “todos” pouco aprendesse bem aprendido. E lá vem o tempo galopando impiedosamente. A demografia (estuda a população humana, natalidade, morte, aspectos econômicos e distribuição geográfica) mudando de rumo, família agora é pequena, 1, 2 ou 3 filhos para casais e quando se viu, centenas de escolas fechando por falta de alunos. Escolas com poucos alunos, escolas particulares e tradicionais sem alunos e marcha do tempo vai pregando peças na gente. E daí a confusão também chegou, porque fechar escola significa atraso, significa falta de coração, insensibilidade. Aquele sentimento de que escola não se deve fechar nunca. Mas, e não se tiver mais alunos? ou poucos alunos como a mesma estrutura de escolas cheias, pessoal, salas, energia, e, o gasto?
A realidade é esta. Mas, centenas de escolas serão fechados no Brasil de agora em diante.
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