EDUCAÇÃO e o rio

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EDUCAÇÃO  e o rio

O “Santo”  (Domingos Montagner) morreu afogado nas águas do Rio São Francisco. Uma pena! Grande ator, ironia do destino, a novela e o fato real.

Eu ainda acredito na reta final. Só tem que na reta final o atleta acelera e dá  carga total de energia. Eu acredito na reta final, no esforço, na superação, porque nas Paraolimpíadas eu vi cego correndo 100 metros rasos e outras modalidades. Eu vi  amputados correndo. Eu vi cadeirantes correndo. Eu vi amputados nadando. E todos fizeram muito bonito. Eu acredito que o exemplo que vimos aqui no Brasil este ano, com as Olimpíadas, dá para trazer para a vida real, para a escola. Eu já tenho quase seis anos de mandato, mas, ainda acredito que nesta reta final a gente possa, aqui no Estado, subir no pódio do IDEB (INDICE DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO). Agora, é a reta final. Só tem uma coisa, quando se escala um time de vôlei, de futebol, de corredores, de saltadores, nadadores – só vão os melhores selecionados. Não se escala ninguém por amizade. Só se escala por desempenho.

Alguns dias  assisto a alguns capítulos da novela Velho Chico. E fico reparando o Rio São Francisco, lindo, mas, com pouca água.  Mesmo assim, o Rio São Francisco corta rocha ao meio, faz tanta beleza no seu trajeto, as águas rasas suficientes para vencer o “Santo”, o Rio São Francisco é  corajoso. Eu acho a nossa educação de Rondônia, muito parecida com o Rio São Francisco, é bonito, mas, com pouca água. Mas, tem um caminho feito, tem reserva acumulada para gastar e pode arrancar. Pode arrancar e deve arrancar na reta final.  Mesmo tendo pouco água, estão construindo canais de transposição de suas águas, para as regiões que não tem água nenhuma. O rio se reparte com as regiões secas e áridas.  Chegou a hora, nesta reta final, de nós por aqui, seguirmos as lições do Rio São Francisco e fazermos a transposição na educação, atalhos, canais, rumos diferentes para irrigação de terras férteis, que são as crianças, que tem sede de conhecimento. Mas, para isto, tem que se ter coragem. Sem coragem do nordestino e nem ousadia não se faz esta transposição na educação.

O primeiro ato que aconselho é o da desobediência, desatrelamento de uma amostra de escolas, que o MEC  regula por leis, decretos, normativas e portarias. Desobedecer. Insurgir contra este modelo de teorias, bobagens, sacas de disciplinas inúteis e concentrar em poucas, como MATEMÁTICA, LÍNGUA PORTUGUESA, INGLÊS e mais uma.  Insurgência boa, indisciplina boa, transgressões boas, inconfidências boas. Eu perdi a fé no” modelão”. Mas, para se insurgir deve-se ter um rumo definido,uma proposta,  como um canal de transposição de águas, como atalhos bem feitos. Vejo aqui, que o Mangabeira Unger tinha toda razão. Se alguém tiver por aí gravado as palestras do Mangabeira, bem que poderia ouvir de novo. Quem tiver aí, um vídeo do Antônio Nóvoa poderia ouvi-lo de novo. Mas, eu acredito na reta fina. Na Fòrmula 1 é assim, não se pode perder as conquistas e acelerar nas últimas voltas.

Do contrário, confesso que ficarei muito triste. Não me coloque culpa em dinheiro, de jeito nenhum. Confesso que ainda tenho fé e crença que possa contribuir com o nosso querido Estado de Rondônia.

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