Em entrevista ao podcast Pratas da Casa, da TV Caboquinho de Porto Velho, o senador Confúcio Moura (MDB-RO) explicou de forma didática as diferenças entre o papel da Câmara dos Deputados e o do Senado Federal. Ele também se posicionou contra a recente decisão de ampliar o número de deputados federais, o que, segundo ele, pode gerar custos adicionais de mais de R$ 68 milhões ao ano.
Confúcio destacou que a Câmara, composta hoje por 513 deputados federais, representa diretamente o povo, com a quantidade de parlamentares proporcional à população de cada estado. “São Paulo, por exemplo, tem 70 deputados; Rondônia, oito; Minas Gerais, mais de 60. Isso garante a representatividade popular”, explicou.
Já o Senado, de acordo com o parlamentar, representa os estados de forma igualitária, com três senadores por unidade da federação, independentemente do tamanho da população. “O voto de um senador de Rondônia vale o mesmo que o de um senador de São Paulo. O Senado é chamado Casa Revisora porque geralmente é formado por pessoas mais experientes, que já passaram por cargos de governador, prefeito de grandes cidades ou ministro, e revisam as decisões da Câmara”, afirmou.
De forma didática, o senador comparou o trabalho do Senado ao papel de um pai ou avô em meio a discussões de crianças: “Quando a Câmara aprova um projeto de lei, ele vai para o Senado, que revisa tudo com calma, faz as correções e depois devolve”.
Confúcio também comentou o trabalho parlamentar na destinação de recursos para estados e municípios. Segundo ele, essa atuação atrai prefeitos, vereadores e governadores, já que representa a chegada de novos recursos e investimentos para a população.
Crítica ao aumento de deputados
Sobre a decisão que elevou de 513 para 531 o número de deputados federais, Confúcio foi taxativo ao se posicionar contra. Ele destacou que, em alguns estados, o número de eleitores caiu, o que deveria levar à redução de vagas, enquanto outros estados tiveram aumento no eleitorado. “O Rio de Janeiro, por exemplo, perderia quatro deputados, mas houve pressão para manter a representatividade política, e isso resultou em mais 18 cadeiras na Câmara”, relatou.
Para o senador, a decisão fere a imagem do Congresso Nacional. “Sou contrário a esse aumento. Os Estados Unidos, que têm mais território e população, contam com menos deputados que o Brasil. Não há justificativa para esse inchaço. Foi um casuísmo, um acordo de bastidores que mancha a imagem do parlamento”, concluiu.
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