Só haverá verdadeira globalização quando o homem for livre para entrar e sair de qualquer país. A globalização dentro do aspecto da economia e do capital, por sí só nunca será uma globalização verdadeira. Porque além das transferências instantaneas de capitais, ativos e ações, os países fecham-se ao verdadeiro sentido do que seja mercado comum. Mercado comum significa livre comércio entre países, identidade única entre eles, livre circulação de diplomas e conhecimentos, tarifas externas comuns e livre circulação de pessoas.
Claro que o Haiti não tem relações de livre comércio com outros países, nem a Líbia, nem a Síria, nem países africanos. Mas, tem um ativo fantástico, que é o homem, capaz de gerar riqueza em qualquer país do mundo. É um ativo estraordinário. Como foi na escravidão brasileira, quem tinha mais escravo era mais rico.
Os países ricos terão sérias dificuldades de mão-de-obra no decorrer dos próximos anos. As suas populações envelhecerão. A taxa de natalidade é baixa e em alguns deles chega a um filho por casal. Chegará o dia que teremos mais velhos que novos. E quem fará o serviço pesado nestes países? A conta não irá fechar. E nem terão trabalhadores para os serviços básicos e comuns. A migração entre os países será a solução.
Quem disse que a migração de pessoas dá prejuízo aos países que os acolhem? De jeito nenhum. Por acaso os japoneses que vieram para o Brasil nos trouxeram danos irreparáveis? Tiraram empregos do nosso povo? Assim como judeus, árabes, italianos, alemães e coreanos?
Pelo contrário.
Foi justamente o choque destas civilizações que promoveram o nosso país e nos ajudaram a crescer e a prosperar. Até mesmo os negros que foram escravizados, sem eles, como se moveriam os engenhos, as fazendas, as minas de ouro deste país? A esta grande imigração brasileira formou esta grande mestiçagem do nosso povo. Este tropel de costumes, cores, artes e sotaques.
Quando vejo hoje, a dificil e suicida onda de imigrantes, expostos à sorte e a morte mundo afora, fico constrangido. Eles são escurraçados dos seus países pela fome ou guerra. E perambulam mundo afora. Sem espaço de dignidade e de trabalho. Cadê a ONU para interferir duro e acomodar todo este povo nos mais diversos países membros? Mas, não cruzam os braços enquanto os deserdados morrem afogados ou atropelados por trens e caminhões. Este é mais um genocídio moderno, tal qual aconteceu no nazismo.
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