Os objetivos sonhados são de negócios, de facilitação, encurtamento de caminhos e economia de fretes para as exportações de dois países sul-americanos. Fora da sala onde preside a Comissão de Serviços de Infraestrutura, o senador Confúcio Moura (MDB-RO) visitou na semana passada a margem brasileira do Rio Mamoré, em Guajará-Mirim, no local onde será iniciada a construção da ponte internacional.
A ponte de 1.200 metros de extensão ligará Guajará-Mirim a Guayaramerín (Beni) conectando Rondônia e Beni a La Paz, Capital da Bolívia. “Bilateral, ela é boa para o Brasil e muito importante para os bolivianos”, assinalou. “É fator de integração e corredor de exportação de mercadorias e serviços.”
O projeto saiu do papel com a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, lembrou o senador. Ao assumir a Comissão de Infraestrutura, Confúcio Moura reuniu-se com o ministro dos transportes Renan Filho, participando ao presidente todo andamento desse projeto.
“Saímos da intenção e do papel, para a prática; a obra ainda não está realizada, mas brevemente será dada a ordem de serviço na presença dos governos do Departamento do Beni e da Bolívia”, antecipou-se.
Quando concluída, ainda nesta década, a ponte impulsionará as exportações das regiões norte e centro-oeste do Brasil para Bolívia, Peru e Chile, e, consequentemente, para o mundo inteiro, via portos de Ilo e Matarani (Peru), no Oceano Pacífico.
“São 120 anos de intenções até chegarmos ao projeto da ponte binacional”, afirmou o senador. Foi durante o seu governo em Rondônia que se criou a chamada Mesa Irmandade Brasil-Bolívia, dando início à desburocratização do ajuste de leis nos dois países, a fim de melhorar o sistema alfandegado com vistas às operações de importação e exportação.
“Lembramos em audiência com a coordenadora do PAC na Casa Civil da Presidência da República, Míriam Belchior, que essa futura obra pode ser considerada emblemática, tendo origem ainda no Tratado de Petrópolis, em 1903
Assim, a condutora do mesmo programa em governos anteriores do presidente Lula, reeditava em 2023 o mesmo rol de grandes obras estruturantes e essenciais para o Brasil, entre as quais a ponte Brasil-Bolívia.
Em novembro do ano passado o Ministério dos Transportes brasileiro lançou em Brasília o edital na presença de diversas autoridades para construção da obra. Lá se encontraram o ministro Renan Filho e o ministro de obras públicas da Bolívia, Edgar Montano; diretores do DNIT, lideranças políticas federais, estaduais e municipais do Brasil e do país vizinho.
Uma das mais movimentadas
Sem a ponte, o comércio bilateral pelas águas do Mamoré já movimenta consideráveis cargas de óleo diesel, máquinas agrícolas, suprimentos de construção civil do Brasil para o país vizinho – algo em torno de quinhentas toneladas por semana, conforme avaliação do setor aduaneiro da Delegacia da Receita Federal.
“Imagine-se o que virá de todos os estados brasileiros, passando por aqui rumo aos portos do Oceano Pacífico”, sugeriu o senador com base em estudos segundo os quais ela será uma das mais movimentadas pontes fronteiriças do País.
“Iniciamos um grande projeto, mas não sabemos o fim dele”, disse Confúcio Moura repetindo seu entusiasmado raciocínio em relação a grandes projetos.
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