Para o parlamentar, há espaço para que o ensino médio ocupe um lugar de destaque na formação de profissionais para os setores mais dinâmicos da economia brasileira
Ao utilizar a Tribuna do Senado nessa segunda-feira, 9, o senador Confúcio Moura ressaltou que o Brasil tem jeito, desde que se faça o dever de casa. Segundo ele, a primeira coisa que precisa ser feito são as escolhas das prioridades que o país precisa atacar. Antes, o parlamentar fez um parêntese, sobre as guerras, tanto da Ucrânia quanto do Oriente Médio, entre israelenses e palestinos. ”O Brasil tem a sua própria guerra”, afirmou .
Para o senador, a guerra do Brasil é contra nós mesmos. “Vamos nos matando e chega ao final do ano, entre acidentes de trânsito e mortes violentas, assassinatos de mulheres, somam-se, aproximadamente, 120 mil mortes. É uma guerra. Eu tenho certeza absoluta de que nenhuma dessas duas guerras, nem a guerra da Ucrânia, que matou tanta gente em um ano, mata mais do que a guerra civil que enfrentamos de nós contra nós mesmos. Violência esta que nos ataca todo dia, que nos preocupa diariamente”, lembrou.
Escolhas de prioridade
Confúcio Moura destacou a importância das escolhas das prioridades dos governos e o planejamento para o desenvolvimento. ” Um país sem planejamento, sem um plano de metas definido, que não tem um escopo claro do que fazer durante quatro anos, durante oito anos, durante 12 anos, durante 20 anos, então, é um país que não se sustenta aos mandatos de um Presidente”, advertiu.
A educação como prioridade
Segundo o parlamentar, se todos os governantes priorizassem a educação, fundamentalmente, a educação básica, levassem a sério a alfabetização na idade certa, o Brasil seria um país diferente. “Após a alfabetização, vem a fase do aprendizado real: a educação com qualidade. Não adianta anos de estudo se o menino vai para a escola e nada aprende. Isso é uma perda de tempo e é dinheiro jogado fora”, explicou o senador.
Confúcio Moura lamentou que grande parte dos alunos brasileiros dos 13 aos 17 anos do ensino médio desiste da escola. “É fundamental que a gente invista na educação profissional. Hoje, a nossa economia tem como base a mineração e o agronegócio. Tanto o agro quanto a mineração exigem técnicos de mão de obra de nível médio. E isso é papel da educação pública”, explicou.
A simplificação e a desburocratização do país são fatores que podem tirar o país do atraso, explica o senador. “O Brasil é um país fechado para o mundo. Apenas o agro consegue romper as barreiras e vender a soja bruta, o algodão bruto, a carne bovina quase esquartejada. Pouco se agrega de valor nestas cadeias. Um país fechado, que realmente protege sua indústria, sucateada ao longo do tempo. Ora, a solução para isso não é se esconder, e sim dialogar com os mercados”, orientou.
O senador lamentou que a indústria não acompanhou a evolução do agronegócio brasileiro, devido a carga tributária e outros fatores de segurança jurídica que o país não ofereceu aos negócios internacionais. “A gente aqui vai achando que o Brasil está bom, estamos exportando bastante soja, milho, minério de ferro, isso e aquilo. Mas, se a gente for medir a importância do Brasil nos negócios internacionais, nós ficaremos decepcionados. Porque, no cômputo geral, o Brasil não passa de 1,3%, 1,4% de todas as transações. Eu não vou falar que seja insignificante, mas é medíocre, dado o nosso potencial”, lamentou.
Produtividade e inovação
O parlamentar enfatizou que os fatores de produtividade e inovação vêm das pesquisas científicas, da educação de qualidade. Se o país não investir em pesquisas científica é um país fadado a não crescer. “Nós temos um exemplo, que é a Embrapa. Ela é responsável pela produção do agronegócio brasileiro, pela produção de grãos onde jamais esperei verificar em vida, que seria a produção de grãos em terras arenosas, ácidas, como é o Cerrado brasileiro. Mas a Embrapa, estudando e pesquisando, conseguiu corrigir solo de areia e produzir grãos em escala internacional! É o exemplo de que a pesquisa científica vale a pena”, afirmou.
Ao finalizar, Confúcio Moura ressaltou ainda que as universidades brasileiras têm que fazer pesquisas voltadas para o resultado prático, para a produção nacional e para o desenvolvimento.
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