O senador reafirma que educação de qualidade para todos é, sobretudo, sinônimo de igualdade de oportunidades – e a única forma de reduzir a pobreza
O senador Confúcio Moura (MDB-RO), em pronunciamento no Plenário da Casa, nesta segunda-feira (11), afirmou que a educação brasileira passa por um dos momentos mais delicados da sua história, afetada fortemente pela pandemia da Covid-19. Hoje o país está diante de uma situação de retrocesso e desaceleração de importantes mudanças no sistema educacional brasileiro.
Confúcio Moura destacou que na semana passada, saiu o resultado de uma pesquisa comparativa entre cerca de 50 países, e o Brasil ficou em uma situação dramática na qualidade educacional entre os pesquisados. “Isso há de mexer com nossos próprios brios. Nós todos, Senadores, Deputados, Vereadores, Prefeitos, Governadores. É uma chacoalhada desagradável em nós todos, que estamos próximos de sermos a décima economia do mundo”, ressaltou.
De acordo com o parlamentar, as pessoas se acostumam com a mesmice, o atraso, com o retrocesso e vai achando que tudo isso é normal e questionou. “É normal nossos alunos não aprenderem a ler até os oito anos, não ter ensino médio adequado para segurar os meninos de 13 a 17 anos na escola? Isto não é natural. Vivemos em um momento bastante adequado para reavaliar como a educação tem sido tratada no Brasil, os erros e acertos na condução do processo educacional”, ponderou o senador.
Para o senador, a educação do futuro é a que vai atender ao rápido avanço do conhecimento, que evolui e transforma cada instante, numa velocidade que faz obsoletos os conhecimentos, as profissões, a concepção de escola, os métodos pedagógicos, inclusive a posição relativa entre professor e aluno. Segundo ele, a educação do futuro exige que o aprendizado seja contínuo, flexível, o que exige atuação rápida dos gestores. Isso se aplica, principalmente, à educação pública.
Confúcio Moura ressaltou que a escola do futuro não será apenas um aperfeiçoamento da atual, mas será uma nova escola, com uma nova lógica. “A escola do futuro deverá tratar dos problemas que ameaçam a humanidade, como as mudanças climáticas. Nós, a nossa geração, também não acreditava em mudanças climáticas. Falavam muito de mudanças climáticas e nós pensávamos: isso é balela, isso não existe, é coisa de pessoas pessimistas, que puxam o nosso país para baixo, o mundo para baixo”, afirmou.
O senador disse que a educação também necessita tratar sobre a desigualdade social, se preocupar com a pobreza, o desemprego estrutural, os riscos e vantagens da inteligência artificial, além do entendimento do papel da ciência na construção de um mundo melhor. “Essa nova escola vai requerer mais compromisso, inovação, dinamismo, e essencialmente trabalho coletivo na busca de resultados por melhor ensino e aprendizagem dos nossos alunos”, enfatizou o senador.
Carta aos prefeitos
O senador afirmou que tomou a iniciativa de encaminhar aos prefeitos de Rondônia, como sugestão, dezpropostas para serem importantes para o aperfeiçoamento e avanço da qualidade da educação, entre elas a para a escolha do secretário municipal de educação que tenha experiência comprovada em gestão e a implantação de um programa de valorização e capacitação dos profissionais da educação.
Confúcio Moura disse que, normalmente, muitos prefeitos colocam na Secretaria de Educação alguém improvisado, uma pessoa que às vezes é um cabo eleitoral importante. “Educação não é brincadeira, tem que ser uma pessoa experiente, de carreira, que tenha vivência, que tenha uma linguagem própria da educação, que não se aprende de uma hora para outra”, asseverou.
Reforma
O país deverá retornar a discussão sobre a reforma tributária, já iniciada aqui no Senado, disse o parlamentar rondoniense. Para ele, é preciso ficar bem atentos para uma reforma que seja um elemento de progresso da educação no Brasil, que busque melhores oportunidades para o futuro dos jovens.
“Não é errado pensar que a economia ou os investimentos são importantes para o desenvolvimento nacional, mas é preciso que se entenda que, enquanto não fizermos nosso dever de casa no quesito educacional, não haverá investimento, alta na bolsa de valores ou qualquer outro indicador econômico que possa garantir um desenvolvimento equilibrado e sustentável do nosso país”, disse o senador.
Ao finalizar, Confúcio Moura grifou que a educação é a base de todo o desenvolvimento. “A educação é desenvolvimento real e melhoria de qualidade de vida. Precisamos nos conscientizar que a educação deve ser alçada a um dos níveis mais altos dentre nossas prioridades. Deve ser uma política de Estado e não de um governo, que passa muito rapidamente. Além de ser política duradoura para alcançar resultados eficazes, a educação de qualidade para todos é, sobretudo, sinônimo de igualdade de oportunidades em uma nação extremamente desigual”, concluiu o parlamentar.
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