Hoje, foi um dia para refletir. Refletir muito mais ainda. Sobre tudo. Porque refletir é o que mais temos para fazer. Até mesmo sobre a existência pequena, nestes tempos de pragas.
O Flamengo venceu de virada o Bahia, ontem, no Maracanã (4×3). Fiquei feliz, sou Flamengo. Ia tudo bem, até que veio a informação, que não demorou a viralizar. O jogador do time do Bahia, Ramires, num tranco com o Gerson, tascou “ cala a boca nego”. Cometeu crime de racismo.
Como não aceito o preconceito, fiquei esperando a reação da diretoria do Bahia. Li nos jornais que, ainda à noite, o Ramires foi afastado do time. Da mesma forma o técnico Mano Meneses exonerado. Não deu valia a denúncia do Gerson.
A Bahia é negra. A Bahia é mestiça. Ofender a um negro por alguém que a represente, dentro ou fora do Estado, significa ofender a seu próprio povo.
Quando foi às 9h da segunda-feira, fui assistir na Netflix ao documentário do Emicida. Meu Deus do céu, como este cara é genial. Acho que ele veio na hora certa. Levantou voz de indignação e colocou o negro onde deveria estar. Dentro do Brasil oficial, porque o negro por aqui, serviu para construir tudo, no real, não para se servir do que fez.
Emicida disse tudo. Do esplendor da cultura nacional, da voz dos ancestrais, para ocupar o espaço que o nosso país reservou ao negro: a pobreza, a exclusão, as prisões, desmerecendo o seu real valor na construção deste país e um dos formadores da nossa cultura e da nossa mestiçagem.
Escrito na terça-feira, 22 de dezembro.
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