Cartinha aos novos prefeitos

Cartinha aos novos prefeitos

Meu caro prefeito, que pode ser homem ou mulher, meu caro, minha cara, o foco do que se pode fazer, pode ser a bendita folha de salários. Os seus vivos e os seus mortos. Os seus inativos. É isso aí, concentrar-se neste ponto, quem sabe, deverá ser sua grande obra.

A gente precisa do pessoal. Por certo, precisa. Mas as coisas não funcionaram assim. Sem causa e sem nexo, foi inchando de gente, o município, o Estado e a União, a santa casa do povo. Agora, neste mundo de crise, de vírus, de amargura, o que fazer então, caro prefeito, cara prefeita? Pode fazer aqui a sua profecia, as memórias do futuro, verdade, então faça logo.

Se conselho fosse bom, inferno estaria cheio. Porque todo mundo aconselha. Aconselhar é fácil.  Você que foi eleito, está tão satisfeito, que nem pode imaginar que folha de salários seja a prioridade para enxugá-la visando sobrar dinheiro, para que se cumpra alguns compromissos de campanha.

Segure, com força, o cabresto do gasto. Jogue-se nas inconsistências da folha de ativos e inativos. Porque esse é o grande drama. Você irá precisar de dinheiro para trabalhar.  O melhor dinheiro do mundo, será o seu dinheiro, o recurso próprio, que pinga na conta todo mês, ordinariamente.

Se puder, faça alguma reforma administrativa, visando sobrar alguns níqueis, que irá poupando, escondido, em conta separada da prefeitura, para fazer suas obras sociais, investimentos. Pode ir além, conferir contas de luz (o programa de eficiência energética), o gasto com água, aluguel, combustível, diárias e coisas mais.

Ninguém sabe como irá ficar a economia, o desemprego, o desamparo das pessoas. É isto aí. Nada de ficar arrotando promessas. É pisar na realidade. Ainda tem muito coronavírus para combatermos. Boa sorte, caro prefeito, cara prefeita. Boa sorte do fundo do meu coração.

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