Cada prefeito com a sua escola. E a escola tem a “cara”do prefeito. Porque cada um tem o seu engenheiro e cada engenheiro tem o seu estilo de fazer um caixote diferente. Poucos são aqueles que estudam como deve ser uma escola.
Até mesmo Mário de Andrade – que não era engenheiro, mas, escritor nacionalista – fez, na década de 30, o seu esboço e traçado de como deveria ser uma escola: arejada, aberta, lúdica.
Bia Goulart é arquiteta especializada em construir escolas. Mas, Bia, antes de iniciar o projeto, se dedica a conversar com a comunidade, os pais e os alunos, que vão dizendo coisas e ela vai anotando. E termina que a escola sai do jeito que a comunidade deseja e sonha! Bia é raridade!
No mais, é cada engenheiro, que termina sendo, um faz de tudo: ponte, asfalto, prédio… Acaba, também, “projetando” escola do jeito que entende (ou nada entende!), mas, termina fazendo. Tenho visto cada escola, que só Jesus na causa!
Eu também, sem ser engenheiro – e nem me atino a ser! – tenho aqui, na minha cabeça, o meu modelo de escola ideal, que gostaria de submeter aos arquitetos e à diversidade de engenheiros (cada um na sua especialidade).
A minha escola não tem muros, mas gradil simples, para que, quem passe na rua, possa ver a sua beleza e da meninada brincando… Deve ser, obrigatoriamente, arborizada e jardinada, com brinquedos diversos esparramados por todos os lados para que os alunos pequenos possam aproveitar.
A minha escola ideal tem janelas amplas, que permitam que o vento entre e saia, de um lado para o outro… Tem aberturas no teto para a luz do sol entrar e consumir menos energia (claraboias). Água para reuso coletada das calhas e das torneiras servidas, armazenadas em reservatório, para o tempo seco.
Deve ter, a escola, uma estação de tratamento de esgoto como a dos condomínios (já se compra pronto e apenas instala). E da estação se coleta a água tratada para lavagem de calçadas, aguar as plantas e jardins, descarga, dentre outras finalidades sustentáveis.
Todo sistema de “lógica” especialmente construído e ampliado. Computadores pelos corredores e em cada sala de aula. A parte elétrica do projeto bem redondinha para garantir o gasto eficiente de energia.
Sobre o telhado: placas de energia solar. Completo sistema de coleta de lixo, coleta seletiva e composteira. Afora, o que não deve faltar, quadra esportiva, auditório, biblioteca, sala de leitura, sala de matemática e ciências, cozinha ampla, refeitório e banheiros amplas, com torneiras de cabo longo, muita água e sabão.
A minha escola é mais cara. Mas, ao entrar nela, você já entra aprendendo, a arquitetura educativa e a sustentabilidade. Esta escola tem a minha cara!
Só tem um problema: o outro prefeito abandona a minha escola e ela vira ruína. Este é mal do Brasil. A falta de seguimento das boas práticas.
Foi assim que aconteceu com o Escola Padrão, construída em Porto Velho, com quase tudo que falei acima, e mais uma piscina olímpica, e que passei por lá, certa ocasião, quase chorei ao ver tudo largado, abandonado, esculhambado, uma vergonha nacional. Porque no Brasil é assim mesmo, que tem acontecido: um faz e outro desfaz.
É por isto que estamos mergulhados nesta “sujeirada” toda. A política não levada a sério. O que é uma pena e um atraso incalculável!
E as cores da escola??? Basta olhar um jardim, ou mesmo, as cores do casario de Valparaíso no Chile!
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