OPINIÃO DE PRIMEIRA – Confúcio Moura é sutil. Não tem a agressividade troglodita de alguns políticos, mas bate firme com elegância e palavreado dos mais rebuscados. Até quando critica, parece que o está fazendo poeticamente. Mas, que ninguém se engane! A chibatada gramatical dói do mesmo jeito! Em seu blog, no domingo, o ex-governador e agora senador por oito anos, criticou seu próprio partido. Não só em nível nacional (“dias atrás, em Goiás, expulsou dois queridos prefeitos, o de Rio Verde e o de Catalão. Porque eles, de boa fé, não mais quiserem seguir trincas passadistas, nas eleições pretéritas”). Ou seja, bateu firme contra a expulsão de prefeitos que não toparam o jeito de fazer política do ainda maior partido do país. Criticou muito, também, mesmo com a seleção a dedo das palavras, a situação do partido em Rondônia. Vejam só: “por aqui, nosso Estado, vem vindo cansado, na mesma toada. Que nem fosse um carro-de-boi, com três juntas pareadas, encangadas. Carregado de antiguidades, como algumas brotações de mudas vegetando, espremidas aqui e ali”. Traduzindo: está insatisfeito e com um pé fora do partido, onde militou a vida toda. Confúcio Moura foi mais longe: “Saudades dos outros tempos. Confesso, só saudades. Saudades! Foram saindo: Thiago Flores e agora, Armando (Seringueiras), Chiquinho da Emater, Rosângela Donadon, Ezequiel Neiva. Os três últimos precisavam ganhar as eleições para Deputado. Ganharam. Mas, em outros times. Salvaram-se”. Mais adiante, aconselhou, do alto da sua enorme experiência política: “poderia puxar o seu jeito velho, para ser moderno, para ser Século XXI, abrindo suas porteiras para as novas gerações, para quem quiser entrar. Se deixar fluir, instruir, para, pelo menos, dar exemplo de ser menos cartorial, paroquial, feudal, patrimonial, coloquial, confessional”.
Fonte: Expressão Rondônia
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