Eu descanso:
quando me deixo levar
pelo olhar no horizonte nebuloso
Eu descanso:
olhando de cima os cortes na serra dos pakaás novos
onde bichos nobres e raros preferem viver
Eu descanso:
quando beijo efusivamente
imaginando o prazer do macaco aranha na loca da pedra luminosa
Eu descanso
ouvindo a chuva fina no telhado
e as águas plumosas da cachoeira de todos os beirais
Eu descanso:
olhando a imensidão verde da reserva dos índios urus
Eu descanso:
quando começo a viajar dentro de mim mesmo
em busca do amor-energia que une e justifica
Eu descanso:
quando não me vejo mais
(Este poema é de junho de 2017 inspirado voando sobre a reserva dos índios Uru Eu Wau Wau e em especial sobre a serra dos Pakaás Novos, mar verde rondoniense)