O SUS (Sistema Único de Saúde) é bravo. Ele vai remando ladeira acima e ladeira abaixo, meio encachoeirado, meio pantanoso. Mas, vai indo. No remo ou no braço, lá vai o SUS, meio livre, democrático, judicializado, mas, também, pudera! Ser construído em país pobre, desaforo, topete alto de quem o criou. Sina, magia ou ficção ele é assim, meio reto, meio torto, é o SUS. Ele tem até um barulho, um ritmo, que nem a cantiga do trem de ferro nas trilhos pedregosas de Minas.
A lei é bonita. Quase perfeita. O SUS pode ser tudo, verbo, substantivo, adjetivo. Pode ser até mesmo uma preposição. Do tanto que pode ser, ele bate no município de cheio, e ali, geralmente, o pessoal, não entende o que venha a ser sistema descentralizado. Nem tampouco hierarquizado. Cai na emoção do vereador ou do prefeito. Que deseja, ali, no município pequeno ter até tomografia. Sala de cirurgia, equipamento complexo de anestesia. E como tem, neste país, equipamentos encaixotados. Mas, o camarada prometeu na campanha, montar o hospital, sem mesmo saber e nem conhecer, o cantiga do trenzinho na estrada de ferro. E depois, não me venha reclamar do apito triste, dele na subida da ladeira.
Meu dileto companheiro, caro prefeito rondoniense, me espere que eu chegarei aí, a nossa expedição – que posso dizer agora – Entradas e Bandeiras, da saúde do Estado, nós chegaremos aí, para ajudá-lo a entender o SUS como ele deve ser. É prevenir meu irmão, é prevenir. É vacinar, meu camarada. Fazer o pré-natal, cuidar da criança, do diabético, hipertenso, do idoso. Movimente-se neste campo, no ambulatório, nas consultas e Vossa Excelência fará um grande serviço. Extraordinário. Barato. Simples. E o dinheiro dará.
Não coloque o chapéu onde sua mão não alcance. Posso resumir tudo em duas palavras mágicas e fantásticas – cuide da ATENÇÃO BÁSICA e nada mais. Não invente moda.
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