Toda obra tem uma história particular. Porque ela sai de um pensamento. Desejo. Brota na mente como um relâmpago. O relâmpago some. A atitude de fazer. Aparece a tartaruga. Que vai andando lenta e mansamente. A gente vai esbarando nas dificuldades.
Fiz a demolição de velho mercado, onde havia tudo, de bom e de ruim. Ganhei inimigos. Para quê teatro? Dizia a maioria, não é prioridade. Delírio do Confúcio. A saúde precisa tanto! Foi assim.
A obra ficou paralisada por muitos anos. Virou tema de debates nas escolas. Título de redação. Uma venceu – “Mansão dos excluídos”. Porque a obra inacabada era ocupada por moradores de rua. Um deles foi encontrado morto ali, em avançado estado de decomposição. Obra com história trágica e cômica. Mas, está saindo agora. Brilho para os olhos.
José Carlos Serroni projetou o teatro, com engenheiros da prefeitura. Ele de São Paulo. Dinheiro curto. Projeto executivo falho. Reassumi a obra pelo Estado, agora, vai.
A obra andou. Ano que vem será entregue à cidade. Ambiente digno para os artistas trabalharem. O povo se encantar. Virão os eventos, shows. E muito mais, uma nova economia prosperará por aqui, a criativa, que sairá das mentes das pessoas. E será o fim da “mansão dos excluídos”.