Frases do Ulysses Guimarães: “Política não se ensina, aprende-se como samba, sapateando na rua”. E do outro lado, o exercício de um mandato, deve ser planejado, para não se ficar atirando pra todo lado e perdendo tempo. Governar é saber fazer escolhas.
Meu pai usava dentadura. De cima e de baixo. Houve uma campanha, pelos idos dos anos 60, na minha cidade natal, São José do Duro (Dianópolis) muito disputada, entre Dito Póvoa e Joca Costa. Os dois parentes, Dito era irmão de Herculina, esposa do Joca.
A campanha pegava fogo.
E cada família conquistada por um, era uma comemoração a mais. Ali, a pesquisa era pelo apoio das grandes famílias. Meu pai, só matutando o clima, e, não se manifestava. Ele ficava naquela moagem de esperar, para não perder o voto.
Teve o comício final, na Praça da Igreja, Dito Póvoa, meu pai curingou que ele ganharia. Furdunço de gente. Tinha jingle. O santinho em preto e branco. Muito grito de já ganhou. Zeferino Moura era o nome dele. Foi chamado pra cima do palanque e anunciado para falar. Tinha um vozeirão do Cid Moreira.
Sem traquejo para discurso. Encheu o peito de ar. Muito. E soltou a voz com tanta força e energia, que a dentadura saltou no meio do povo. As duas. Ele sem pestanejar, saltou de cima do caminhão, como um gato, baixou e pegou a dita cuja, no meio da malva, passou na calça e meteu na boca, e recomeçou o discurso. Agora, bem moderado, mas, ninguém ouviu nada, o povo estava estatelado de tanto achar graça. De rolar no chão. Foi o assunto da semana, motivo do converseiro em todas as casas. E pra sorte dele, com os votos do Distrito de Taipas, o Dito ganhou a eleição.
Voltando para o agora, vamos tratar de não ficar esperando tudo do Bolsonaro. Sobre a violência endêmica e horrorosa do Brasil de hoje, com todo tipo de bandidagem organizada, comando nas prisões. Vamos tratar de zelar e cuidar dos meninos de hoje. Para não virarem bandidos. Nem viciados em drogas. Educação neles. E que cada família que cuide dos seus.