De vez em quando eu faço uma viagem, longe, no mundo admirável da infância. E tudo aquilo que se fazia, nos imensos recreios que a vida nos oferecia, ainda fica guardado na memória, como um registro bem vivo de tudo. Fico admirando a mente e o seu imenso arquivo no cérebro, dos pequenos e saudosos momentos, que é só puxar, num simples clique e se abre arquivo por arquivo no a luz de cada dia. Nem precisa dizer pra ninguém o que foi a felicidade vivida nestes pequenos momentos de brincadeiras, descobertas, artimanhas de coleguismo inesquecível e puxar e escrever. Hoje, pesquei a história da guerra aos periquitos, bichos que em bandos infernizam os quintais e chácaras, principalmente, sobre as copas das árvores frutíferas.
O “grude” ou cola que cito aqui é feito com o leite da jaqueira. A jaca tem um leite, no talo, na folha, caule e fruto, que é oxidada no contato com o ar. Que adquire forma gelatinosa. Cuidadosamente, o visgo pode ser enrolado e formar uma bolinha. Era o de que necessitava, para as armadilhas para pegar passarinhos. As maiores vítimas das nossas “criações” malvadas eram os periquitos, vorazes comedores de manga. Subia na árvore e passava a cola no talo da manga bicada, com certeza, mais tarde revoadas de periquitos retornariam para as repetidas refeições. Só tinha uma surpresa para os periquitos ficariam presos pelos pés agarrados no grude. Mais tarde, era subir de novo para fazer a catação. Enfieirar os bichinhos e levar pra casa ou “se aparecer” na rua, com os colegas, como um campeão de matança de periquitos.
Como caçador e coletor que fui na infância e adolescência, junto com minha turma, que era grande, desenvolvi a arte da caça com armadilhas: arapucas, alçapões, estilingues, bodoques, espingarda chubeira e fojos. E com tudo isto, nem via o dia passar. Nunca vi o tempo voar tão rápido, quando pensava que eram nove horas,
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