A Noruega tem um fundo verde depositado na conta GCF (Governo, Clima e Floresta), mas, até hoje, ninguém conseguiu um vintém dele pra nenhum projeto no mundo. A não ser o que tem sido gasto nos grandes eventos mundiais sobre clima. Todo mundo sabe que pobreza não se combina com meio ambiente. O miserável, caboclo ou índio desvalido e isolado, não tem como sobreviver se não vender madeira, castanha, isto e aquilo. Mesmo assim, a duras penas, mesmo aqui em Rondônia há ainda maciços florestais preservados com comunidades extremamente carentes, que vivem nestes confins do mundo, aparentemente felizes, vivendo da natureza, sem renda e nem assistência.
Ouvi de um palestrante californiano, no México, anos atrás, que se deve ter um diagnóstico, um inventário destas reservas e destas comunidades, para que se possa conhecer as suas verdades, o que tem de realidade de árvores em pé e que possam ser chipadas e acreditas por empresas do ramo no mundo, assim, como se fosse uma carteira de identidade de cada árvore. E isto é perfeitamente possível. Mas, necessitamos de técnicos competentes e especializados para fazerem estes serviços. Para depois, elaborar o projeto de compensação financeira, pelos bons serviços ambientais prestados por estas comunidades. Aí é que está o pulo do gato. Como que dinheiro poderemos fazer este diagnóstico e estes projeto? Mas, o caminho é este. Sem choro e nem vela.
Ninguém no mundo dá dinheiro para outro, se não tiver alguma coisa em garantia real e que possa ser medido, mesmo a distância pelos modernos meios da tecnologia. E é por isto, que Rondônia precisa se abrir para grupos empresariais sérios que possam nos fazer estes inventários das nossas Unidades de Conservação, Parques, Reservas Indígenas e reservas particulares, para que possamos negociar as compensações. Hoje em dia a tonelada de carbono é paga no mercado internacional entre 5 A 12 dólares. E o mercado está em baixa. Creio que nós teremos de nos arranjar por aqui, e irmos participando de eventos aqui e acolá, levando as nossas experiências próprias ou compartilhadas com outros estados da nossa federação, para gradualmente, irmos conseguindo parceiros internacionais, principalmente, fundos verdes ou empresas verdes que possam se interessar por cuidarem de uma ou duas unidades e assim, irmos enchendo o nosso Estado de parcerias múltiplas e diferenciadas para que possamos de fato protegermos as nossas unidades da natural sanha devastadora.
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