A EDUCAÇÃO E ALTERNATIVAS

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Olha gente, quando o tema é educação no Brasil, escrevo já sabendo que tem gente a favor e contra. No cesto da democracia e da liberdade cabe tudo, vou colocar dentro dele algumas idéias particulares. Que não são exclusivamente minhas. Li na Revista Exame passada sobre inovações em escolas que achei interessante. O tema é nacional e recorrente: falta de professores. Diante da situação que se repete a cada ano, com professores emergenciais, o concurso que não preenche as vagas e se volta ao emergencial e se faz concurso e se volta ao emergencial. Termina faltando professores de matemática e outros tantos. E que se improvisa. E coloca professor de geografia para dar aula de outra disciplina. Pedagogo dando aula de matemática. E entra emergencial. E sai emergencial. E que se tem 1840 professores fora da sala com atestado médico. E vai e vai. E vira e mexe. Vem a  pequena inovação, bem curta e transitória, que é o professor contratado por 90 dias pela própria escola. Tem hora que se fala no estagiários, menino novo, da faculdade, para dar aula. E vem também a alternativa se colocar na sala de aula quem se dispuser a dar aula, pode ser zootecnista, veterinário, agrônomo, médico, enfermeiro, administrador, o leigo mesmo, o artesão, oficineiro para escolas integrais, quem puder e quem quiser, para não deixar o aluno sem aula. Eu mesmo tive professores assim,  no meu ensino fundamental. Professor Osvaldo Póvoa de matemática, o Padre João Magalhães, português e francês, o Carlos Alberto Wolney, Madre Belém e mais. E foi ótimo. Aprendi muito. Não fiquei sem aula. É como diz Moura Castro – a gente aprende com as mãos. O pedreiro começa como ajudante. O carpinteiro também. A costureira que aprende com a mãe. É pegando, praticando, fazendo e repetindo que se aprende. A mão ensina tanto quanto o cérebro. Quem sabe mais sobre o Baixo Madeira do que o pescador, o açaizeiro, o tocador de viola, o plantador de melancia, o balseiro, enfim, o homem e o seu meio. Todo mundo pode ensinar. O que Rondônia precisa é puxar pra si a nossa responsabilidade e fazer como uma diretora de Cocal do Alves no Piauí, que se insurgiu contra a miséria e a exclusão dos seus alunos e perguntou: – quem disse que estes meninos não podem ser doutor? E começou a guerra pela educação e deu no que deu – Cocal dos Alves como uma referencia em matemática, em aprovação em vestibulares em universidades do Brasil inteiro. A razão de tudo, principalmente a vontade de fazer diferente, a mudança é a insurreição, a inconfidência, a desconstrução de modelos de sistemas enraizados. É antes de tudo ter coragem para ser revolucionário e ser, muitas vezes, crucificado. Mas, vale a pena correr o risco de ser diferente e desconectado do modelo comum e enraizado pelos usos e costumes. 

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