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O SR. CONFÚCIO MOURA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB – RO. Para discursar.) – Meu discurso é confuciano, meu discurso é de paz, de tranquilidade. Até hoje
O SR. CONFÚCIO MOURA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB – RO. Para discursar.) – Meu discurso é confuciano, meu discurso é de paz, de tranquilidade. Até hoje – eu estou aqui já no quarto para o quinto ano de mandato –, eu nunca entrei em nenhum debate acirrado no campo ideológico. Eu sempre falo dos meus assuntos, das necessidades que eu vejo na rua, no meu estado, no Brasil, e que eu trago para cá para apresentar ao povo brasileiro. Logicamente, cada um tem o seu jeito de trabalhar, e o meu é esse, de realmente tocar somente nos assuntos que eu julgo importantes para o nosso país.
Aqui, eu tenho uma carta, na minha mão, encaminhada por um cidadão de 94 anos que já foi tudo na vida. Ele foi, inicialmente, fundador… Ele não era professor, e, vivendo no sertão de Tocantins, na cidade de Dianópolis, nos anos 50, ele construiu – não sei com que força – um instituto de menores, para abrigar os miseráveis.
Eu não sei como. Ele não tinha dinheiro, ele não tinha manutenção, ele não tinha custeio, ele não tinha nada, mas teve uma força tão grande que ele conseguiu trazer famintos para dentro daquele instituto, para educar, praticar esportes. E esse cidadão, aqui no Senado, aqui na Câmara dos Deputados, tem alguns meninos – alguns hoje se aposentando, aposentados – que foram alunos desse “professor”, entre aspas, porque não era professor.
Ele se chama Hagahús Araújo. Tem 94 anos hoje.
Ele foi Prefeito. Ele foi Deputado Estadual na época em que Tocantins era Goiás – eu sou goiano-tocantinense. Hagahús foi Deputado Estadual em Goiânia, e ele ia para a Assembleia de bicicleta. Ele ia de bicicleta, voltava de bicicleta e exerceu o mandato extremamente devotado às causas do povo pobre do sertão da Bahia, do Tocantins, do Maranhão.
Depois, ele foi Deputado Federal. Esse cidadão de que eu estou falando aqui foi Deputado Federal, aqui em Brasília. Exerceu o mandato também com essa mesma dignidade, e hoje, lá, na sua velhice, ele ainda tem tempo de me escrever e mandar algumas informações preocupantes. Uma delas é sobre a fome no Brasil.
Ele combateu, lutou a vida toda contra a fome, contra a exclusão, contra a miséria, ele estudou, agora, e aponta uma solução. A solução que ele aponta para combater a fome, no Brasil, desses 33 milhões de famintos que nós temos hoje, é a soja – a soja, que é exportada para o mundo, para a China, para os Estados Unidos, e lá serve de alimento. A base da alimentação do povo chinês, além das outras proteínas – tem também agora a carne que nós exportamos –, mas a base é a soja.
Com a soja bem trabalhada, dá para produzir alimentos riquíssimos, agradáveis, palatáveis, e que vão realmente recompor o déficit proteico do povo brasileiro. Então, eu não quero entrar em muitos detalhes da carta do Hagahús Araújo, ex-Deputado Federal, mas eu fico muito vaidoso de merecer essa distinção de um cidadão que está observando o Brasil da sua casa, observando um Brasil distante.
Nós temos, gente, aqui em nosso país, muitos dramas para serem resolvidos, muitas necessidades imperiosas que nós temos que enfrentar, muitas leis boas que nós devemos cumprir, e o Brasil precisa, realmente, voltar a ter um planejamento mínimo. Não é só o Orçamento como elemento de planejamento, mas um plano de planejamento plurianual, um de médio prazo e um de longo prazo, basicamente centrados na educação.
A educação é também salvadora. Assim como eu ouço os discursos de muitos crentes, católicos e espíritas que exaltam a importância divina sobre o homem, eu também exalto a importância divina da educação – a educação salvadora, a educação inclusiva, a educação que abre portas da esperança. Ela é indispensável para que a gente trabalhe unido, para que a gente possa chamar para dentro do Brasil todos aqueles brasileiros pobres que estão fora!
Então, é esse o meu discurso: para agradecer a generosidade do ex-Deputado Federal Hagahús Araújo, de boa memória, honrado, extraordinário, altruísta, generoso, grande homem brasileiro, que tem ainda uma devoção de me enviar uma carta dando soluções, apontando soluções para a miséria e a fome dos brasileiros.
Era só isso, Sr. Presidente. Obrigado.
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