Eu tinha um FIAT UNO, meu primeiro carro em Rondônia e convidei Alice para uma aventura. Ela topou. Seria ir à Manaus de carro pela BR 319. Não me lembro o ano exato, entre 1979 a 1980.
E fomos nós seguindo o traço do asfalto, ainda novo, a clareira na floresta, o cenário bem amazônico de igarapés, banhados, igapós, solidão, bandos de aves, muito além da utopia. Postos de gasolina não havia, nem lanchonetes e dormitórios. Aqui e acolá moradores que fincavam suas marcações, na esperança de ganhar dinheiro com a estrada. Os caminhões carregados de banana iam para Manaus, importante mercado consumidor de comida que vinha de todo Brasil. A BR 319 existiu. Andei por ela, ida e volta. Quanto custou aquela obra difícil? Claro, que foi muito dinheiro. E foi passando o tempo, sem nenhum manutenção e a estratégica rodovia foi se acabando e hoje alguns trapos dela, ainda sobram, sombras do que foi. Este é o retrato em branco e preto do nosso país, que decide destinos de povos a distancia, que despreza a Amazonia, como território sem dono e sem poder.
E que argumentos, ideologias, caprichos de poucos (quem sabe fanáticos) enterram sonhos, dinheiro publico investido e hoje, mais de 35 anos depois, ainda se questiona sobre o ovo de Colombo. Quem sabe a serventia da BR é quem mora na Amazônia. E não a alta burocracia dos falsos plutocráticos da nossa república das bananas. Quem não gosta do Brasil somos nós mesmos, os brasileiros. E que vingue a bandeira da restauração desta estrada importantissima para os Estados da Amazônia e Brasil inteiro. Admiro ambientalistas, são defensores intransigentes do meio ambiente, eu também sou, mas, neste quesito, desculpem-me camaradas, vocês estão errados. Baixem a guarda e avancemos todos.
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