Ousadia não faltou ao Brasil.
E coloque ousadia nisto. A de colocar na Constituição Federal, saúde como direito de todos e dever do Estado. É muito além do que se pode fazer, tão amplamente assim.
Ontem, conversei com um brasileiro, que faz o curso de medicina na Bolívia, Santa Cruz. Ele me disse da boa qualidade dos hospitais de lá. Mantidos em parte por organismos multilaterais – outros países. E com o pagamento, barato, de consultas e procedimentos pelo povo boliviano. Os americanos também são assim.
Obama abriu um pouco o sistema, mas, os republicanos querem acabar com a saúde gratuita. E onde ela é assim, totalmente pública, como no Canadá e outros países europeus, a carga de impostos é alta, mas, compensa, porque os serviços são de boa qualidade.
Aqui, infelizmente, em nosso país, a carga de impostos é elevada e os serviços são ruins. E o que fazer então? Muito difícil mais uma PEC agora, para mudar o modelo do SUS. Muito difícil. Porque esta luta para a saúde ser de todos, veio dos anos 60 e 70 – com as chamadas Reformas Sanitárias, grandes mobilizações de médicos sanitaristas e grupos socialistas, que batalharam por isto.
O SUS tem grandes números . Ele é maravilhoso na sua essência. Mesmo frágil, na ponta, como é, ainda ostenta a bandeira do maior prestador de serviços de saúde no país. Disparado. Principalmente, os serviços mais caros, como tratamento do câncer, AIDS, transplantes, cirurgias cardíacas e tratamentos intensivos.
Mas, a chiadeira é grande, e, fica o jogo do empurra, um municipio passando o doente pra frente, como se chuta uma bola. E ele vai pra qui, pra ali, acolá. Sem rumo. Desvalido. E agendas longas a sumir de ano à frente. E tudo vai rolando assim, enquanto se espera, vai se ajeitando com a automedicação e os paliativos possíveis.
Impõe-se uma criação nova, como se diz – UMA EQUAÇÃO IMPOSSÍVEL para se resolver. E eu já tive conversando com o Maiorquin e Pimentel, para descascarmos juntos esta bendita equação impossível. E vamos chamar o novos prefeitos, para este grandioso acordo, de fazermos aqui em Rondônia, uma gestão amazônica do SUS compartilhado.
Vamos iniciar por dois municípios, Rolim de Moura e Jaru. E a partir deles, pelos acertos e erros, fazermos os protocolos para termos consciência do papel de cada um. Compartilhar é fazer coisas que sirvam para todos. SUS compartilhado ou colaborativo – Significa fazer coisas simples, redistribuir o que um tem passar para o outro, compras conjuntas, reaproveitar o que for possível, praticar a medicina básica, pedir menos exames laboratoriais e nem prescrever remédios só por prescrever, sabendo que o paciente não irá comprar.
Enfim, é conversar mais com o vizinho, trocar ideias, emprestar de um para o outro ou mesmo doar. É isto. Até que mais tarde, o SUS venha cair na real, que todo mudo possa pagar um pouco para ser bem atendido. Como se fosse um grande plano de saúde acessível aos mais pobres.
Deixe seu comentário