Por favor, me leve para frente, mas, começando lá atrás. Estou aqui, no meio do caminho, ainda abaixo do outro caminho, que vinha andando há cinquenta anos e estou tão cansado, ainda sem começar a subir o Everest, tão branco de gelo, tão alto, que penso que estou subindo, mas, não estou. Estou descendo, minhas unhas sujas e carcomidas, pontas dos dedos em busca de apoio, mas, fico olhando, simplesmente deslumbrado com tantos sonhos.
E aqui, o que digo lá em cima é a qualidade da educação no Brasil, que seria o milagroso remédio, para curar tantas chagas abertas dos nossos males, que hoje, chegaram a seu estágio mais agudo e doloroso.
Atormento-me com tantas perguntas, que me indagam como marteladas no meu coração: – Como chegar naquela meta, o pico do Everest? Se não tenho alento para dar nenhum passo a mais, nem pra cima e nem pra baixo e vou ficando com os olhos esbugalhados, de ouvir que posso tanto.
Enquanto isso, melhor ficar onde estou, porque ainda tenho oxigênio. Será que para chegar lá, no topo da qualidade da educação, Everest, terei que ser um pedagogo licenciado ou uma professora da Escola Normal de cinquenta anos atrás? Ou não poderia ser um mestre de ofício de trilhas e escaladas?
Os meninos serão os alpinistas do futuro e podem chegar ao topo de dezenas de belas profissões. Quem aprendeu que ensine, como num contrato de gerações. O importante é ter e ser um bom professor.
O segredo está na base sólida. Para ensinar a subir aos píncaros é preciso aprender na base. No futebol os jogadores não têm salários iguais. Os bons ganham mais. Assim também é na corrida de Fórmula I. Assim também é o sapateiro, o alfaiate, quem é bom oficial tem mais cliente e ganha mais.
Há necessidade de se mudar o conceito, para se valorizar o bom professor, que deve ser como o puxador da escola. As escolas devem valorizar o mérito às últimas consequências. O princípio da isonomia, além de anomalia da natureza, como princípio da vida na terra, todo mundo nivelado, esmorece os puxadores e tira o oxigênio de quem deseja subir e ser um bom mestre.
Há necessidade de mudanças (na educação)? E por que?
Deve ter sido estas as perguntas que os dinossauros fizeram à natureza, quando os menores animais estavam ganhando a corrida da vida. Nem sempre se transmite para sempre o que se aprendeu nos velhos tempos. Chegou o novo tempo, o do século XXI e a mesma aula do século XIX ou do século XX? Claro que não se encaixa naquele que deseja subir o Everest.
A escola existe para educar e para que isto aconteça será preciso definir a razão dela existir (provedora de conteúdo, avanço social e econômico ou espaço para socialização e cidadania). O negócio da escola é atender bem o seu cliente, que é o aluno e fazê-lo aprender.
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