UM IDIOTA DESGLOBALIZADO 2

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UM IDIOTA DESGLOBALIZADO 2

Embarquei pra Milão, a carga de adrenalina, endorfina, coisas parecidas tinham zerado. Cheguei lá um bagaço da laranja. Nem me lembro se tomei banho. Assustei na noite, com trovões, ventania na janela e chuva, deslisando vento e pingo d’água, tocando uma flauta esquesita, até pensei que fosse um sinfonia entre vozes e cordas. Como dormi bastante e gosto das caminhadas, enfrentei o chuvisco e dei umas rodadas em ruas próximas ao hotel. No outro dia fiquei sabendo que o Consul brasileiro em Milão estava no aeroporto me esperando. Claro que não me reconheceu. Estava um trapo. Encontrei-o na solenidade da tarde na EXPO Milão e pedi mil desculpas.

Tinha por lá comitiva do Acre, Tocantins, Amazonas e outros que não sei de onde. Bastante brasileiro, inclusive, encontrei com o cantor João Donato e esposa. Como este povo gosta de muita cerimônia, eu pensei comigo, eu vou é conhecer logo e sozinho esta bendita EXPO Milao 2015, para quando for às 17 horas,  marcada para a cerimônia de assinatura de acordos sobre  proteção climática, eu já saberia como chegar. Os outros estavam enturmados. Eu fiquei só. Não consegui encontrar com nenhum deles.  Pensei – melhor assim. Paletó e gravata, crachá preferencial no peito e parti para a EXPO de táxi. Motorista era uma moça italiana muito educada, conseguimos esboçar algumas razões de conversas. Eu já tinha baixado um aplicativo tradutor, eu ia falando em português e o celular traduzia pra ela. Chegamos enfim. Longe. 1 hora de viagem e 36 euros de corrida, equivalente a 160 reais.

Nunca vi tanta gente e tanta fila. Parecia a fila pra entrar no céu. Como o meu crachá era preferencial tinha um portão  de acesso diferente. Passei por lá, corri o código de barra no lugar certo, deu o clique de positivo e lá vai eu subindo escada e andando em corredores, de cerca de mil e quinhentos metros.  O tema da EXPO Milão 2015 é “Alimento para o Planeta e Energia para a Vida” e creio que todos os países do mundo estavam por lá, com prédios lindos, adaptados, material diferenciado, mas, arquiteturas especiais e com mostras lindas de suas riquezas e tudo de lindo e maravilhoso que produzem em seus países.  Estados Unidos, Brasil, Colombia, Vietnã, Malásia, Coréia, Kazaquistão os mais concorridos. Eu entrei na fila da Coréia, queria ver a sua tecnologia. Fiquei nela achando que rodaria rapidamente. Fiquei l hora e nada de chegar. Abandonei a fila e desisti. E fui procurar aqueles países pobres que ninguém queria ver nada. Iniciei pelo Gabão, até comprei o único presente para minha esposa Alice, um coração em pedra típica, com um leão desenhado a mão. E fui seguindo pelo Timor Leste, Guatamela, Gana, Cambodja, Cuba e estes países africanos e da América Central. Só não vi por lá o Haiti. Achei bonito. O dia passou rápido. Quando foi 15 horas, sem almoço resolvi retornar ao hotel. Eu pensei comigo, não vou de táxi agora não. Eu vou é de metrô. Amanhá tem mais um capítulo. A novela ainda ficará melhor.

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