Com a displicência de quem compartilha uma chance
as tintas se misturam na festa das nuances
os pigmentos primários ficaram nas mãos dos egoístas
a plasticidade do arco-íris é um paradigma a ser superado
a terra oferece as essências em vã benevolência
o velho artista se deleita com o universo de possibilidades
dá à vida um novo sentido a cada pincelada
traz o passado a refletir as verdades de sua alma
constrói a imagem com a desmesura de suas habilidades
busca a perfeição na consumação de cada traço
tenta colocar as sensações de prazer nos limites de uma branca tela
revive lembranças nos desenhos trabalhados com ardor
se livra do medo pintando a poesia na linha do imaginário
não vê limites para as intenções de sua arte
desafia os julgamentos pessoais fabricados em seu pré-conceito
brinca de ser semi-herói com as forças que o senhor lhe concedeu
elemento íntimo das vozes que vêm de outra existência
Deixe seu comentário