Para quem viu tanta malária como eu, aqui em Rondônia, até parece que hoje a doença não existe mais. Na década de 80, em Ariquemes, houve até setenta (70) mil casos da doença em um único ano. Não me lembro a data precisa. Eu digo, que o colonizador de Rondônia, “foi antes de tudo um forte”, porque encarou a doença. Foi uma verdadeira guerra civil, com milhares de mortos. E a malária é um termômetro claro da presença do homem na floresta. Entrou na Amazônia, iniciou o desmatamento, mexeu no equilíbrio da natureza, que culminou no surgimento das doenças: leishmaniose e malária. O mosquito parece uma sentinela avançada que castiga a ousadia..
A doença ainda hoje existe e persiste. Nos anos de 2015, 2016 e 2017 tivemos aqui em Rondônia cerca de 6.700 casos por ano. Em 2018 foram 9.500. Porto Velho e Candeias do Jamari concentram cerca de oitenta (80%) dos casos. O restante está em assentamentos, áreas de posse, garimpos, invasões e áreas indígenas. Diante do quadro, que ainda é preocupante, pesquisadores liderados pelo Dr. Mauro Tada, estão aí com um novo plano, ajustado para este momento histórico, para eliminação da malária em Rondônia. Tada sempre se dedicou ao combate à malária e outras endemias. Discípulo do falecido Dr. Hildelbrando, sempre aguerrido nesta luta perene. Para uma pessoa como Dr. Mauro Tada, todas as portas devem se abrir, porque ele nada mais é do que um missionário na causa do combate às doenças transmitidas pelo mosquito.