Longo caminho

Longo caminho

Já é noite, de 15 de novembro de 2018, caiu o feriado da Proclamação da República, numa quinta-feira, o que significa um baita feriado prolongado, que entra na sexta, sábado e no domingo. Uma folga desta, será que alguém pensará em Deodoro da Fonseca? Ou o feriadão já é, por si, um motivo fantástico para agradecê-lo. Que palavra linda, vontade imensa, através dela, ir à Grécia antiga, escarafunchar os filósofos, como Platão, para entender as bases da República.

O Brasil necessita de uma nova ordem política: o seguimento de um caminho traçado. Que pode se chamar de muitos nomes: Plano estratégico, plano de metas, pacto de desenvolvimento. E segue muitas nomenclaturas. Como se diz, comumente: o curto, o médio e o longo prazos. Por aqui, o mais comum, prefeito entra, governo entra, presidente entra e cada um vai tratando de apagar os computadores, as lembranças das administrações passadas. O que é uma pena. Novo mandato, do zero. Esta falta de consecutividade, cada vez mais, puxa o País para baixo. Isto dói. Porque é impossível produzir resultados eficientes e práticos, sentidos pelo povo, em um só mandato. O meu conselho é o de se aproveitar, ajustar, aperfeiçoar os bons programas existentes.

Jaime Lerner publicou o livro: Acupuntura Urbana em 2005, como brilhante urbanista, ele descreve, ao tempo que orienta aos administradores públicos, como devem pensar as suas cidades. As cidades devem ter suas identidades próprias, suas marcas, seus ambientes, pontos de encontro das pessoas. A importância dos museus, dos prédios históricos, dos mercados populares. As feiras nos bairros, ruas de comércio, ruas de lazer, praças públicas bem conservadas. O paisagismo bem planejado. E tudo que possa encantar as pessoas. E trazer boas lembranças. Os bosques e os jardins. As cidades devem procurar caminhos das singularidades. As romarias, o folclore, a dança, enfim, as festas.

Não existe meia reforma. Não tem jeito de meia sola na economia. No ajuste das contas públicas. Ou faz ou não faz. Não se pode ter medo da opinião pública, das corporações que lutam por privilégios. Reforma sempre é difícil a qualquer tempo. Se não melhorar a economia, o país não cresce, não haverá recurso para investimento, não se melhora saúde e nem educação. Hélio Jaguaribe publicou o livro: Brasil – Reforma ou Caos (1989). Mesmo com seus 29 anos de publicação ele é tão atual, que poderia ser lido por milhares de brasileiros.