Fui visitar o grande amigo Célio, lá no Espigão do Oeste. Estas conversas, comumente faladas, em tempos de campanhas, como se diz: conversas de cerca “lorenço”. Vi o Célio caxingando, puxando de uma perna, e lá dentro, no espaldar da cadeira, estava uma bengala, que de quando em quando, o ajuda a sustentar o corpo ereto e tirar o peso do corpo de cima da dor lancinante: a ciática. A dor excomungada, que vem da coluna lombar, desce queimando, de certo ponto da bunda e vai descendo até o calcanhar. E trava mesmo. A dor fica ali guardada, mordida entre vértebras, que pode ter várias causas, a mais comum é a bendita hérnia de disco. Eu lembrei de mim. Quantos anos carreguei esta dor, misteriosa, dói e dói, a gente pega na perna, aperta o músculo e nada sente? De onde vem esta dor queimosa, travosa, arrepiante, desmoralizante, quase que misteriosa, porque não aparece à palpação? Valha-me Deus! Esconjuro maldição. No meu caso era um cisto sinovial e na maioria é a danada da hérnia de disco. Eu fui operado, como um milagre, a dor foi embora, xô, para nunca mais voltar. O Célio já esteve até numa cadeira de rodas.
agosto 19, 201819 de agosto de 2018