Um internauta me pediu para escrever sobre um assunto complicado: A greve dos caminheiros – o poder de parar o País e a impotência do governo.
Há salvador da Pátria? Pelé, Moro, Joaquim Barbosa, Sílvio Santos, Luciano Huck?
O momento atual do País, não seria oportuno para um Golpe Militar?
Golpe de Estado ocorre nas democracias frágeis. Governos fracos, geralmente corruptos, e, sem autoridade. O poder é geralmente ocupado por um líder dissidente das Forças Armadas. Segue-se ao golpe a implantação de leis de exceção, prisões de grupos opositores, toques de recolher, formação de grupos rebeldes de oposição ao novo governo. O golpe de Estado evolui para a ditadura.
Meu querido internauta, o melhor sistema de governo é a democracia, que está em baixa. Justamente nela, pode conviver o princípio de Montesquieu – dos pesos e contrapesos, que são os três poderes juntos: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.
Os movimentos sociais são as mais vivas pulsações da democracia. Que organizados, expressam vibrantemente suas insatisfações e ameaças aos direitos suprimidos. Que estes gritos sejam recepcionados pelos poderes constituídos, analisados e mediados dentro dos critérios legais, e sem ameaças à lei e a ordem.
Nós estamos vivendo a era da política negativa. Da política fraca, incerta, exposta justamente pela impotência, de colocar limites aos desígnios do mercado.
As pessoas em geral estão mais do lado do contra. E as manifestações dos caminhoneiros têm várias lições para nos dar: Brasil é um País rodoviário, que anda sobre rodas. Mostrou o poder invisível da categoria, o de parar o País.
A indignação é uma virtude cívica necessária, porém é insuficiente. Revolucionário seria o rompimento eficaz com o populismo e as promessas vãs. O reverso seria o de se ter governos austeros, reformistas, transparentes, geradores de crescimento. Sendo ou não um líder transformador, obrigatoriamente teremos um brasileiro, eleito pelo voto popular. E não há um salvador da pátria!
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