TRABALHO INFORMAL

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Ainda tem no Brasil e no mundo, milhões de cidadãos que trabalham e sobrevivem com serviços  ditos informais. Aqueles pequenos serviços de consertos, de vendas de porta em porta, como camelôs que disputam palmos de calçadas ou em feiras livres, prestam serviços rápidos em lojas e casas, lavando roupa, fazendo entregas. São os  trabalhadores que não tem salários fixos e nem direitos assegurados. Esta informalidade não é só no trabalho, também nas moradias, nas invasões e que ali vivem sem o conhecimento de suas existências, pela falta de documentos. A dura vida da incerteza e a busca por anos a fio para legalização de seus bens.trabalhadorinformalbicicleta

José Pastore é uma especialista em trabalho no Brasil. Um mestre. Muhammad Yunus  em Bangladesh e Fernando de Soto no Peru são grandes estudiosos desta situação mundo afora. Cada um com modelos diferentes para soluções destas situações, que poderemos chamar aqui de Economia Subterrânea e que nela se insere gente que vive bem, numa relação  de promiscuidade entre o comerciante formalizado e o cara que faz “bico”. Pega mercadoria da loja para revender nas calçadas dos concorrentes e ganha pequena comissão. Inclui também  a grande leva de miseráveis e desvalidos.  Muhammad Yunus caminhou para soluções, e criou o primeiro banco popular para pobres do mundo e também autor de empresas sociais  salvadoras. Por isso foi agraciado com o Prêmio Nobel da Paz, embora não tenha participado de guerras ou conflitos – mas, com a luta, de enquanto houver miséria no mundo, não haverá paz. 

Fernando de Soto é um gênio da economia da pobreza que aponta as causas e as difíceis soluções com seus estudos no mundo inteiro. Também mereceria um prêmio Nobel de Economia por demonstrar o movimento comercial  e a importância dos pequenos negócios, ao mesmo tempo a sabedoria do trabalhador informal para garantir um espaço de sobrevivência no mundo competitivo. Por outro lado a imensa capacidade empreendedora deste segmento, em viver com muito pouco. No Governo Lula, numa tacada de mestre, criou a figura do MEI (microempreendedor individual), achei o máximo da boa concepção, de transformar o trabalhador informal num cidadão com direitos, a partir de pequena contribuição para a previdência social e inclusive, o de poder emitir uma nota fiscal pelo seu serviço ou negócio realizado. Que sempre foi o grande sonho do informal é poder se legalizar. E ter uma lojinha com placa à porta. O desejo permanente de crescer e evolui numa marcha inexorável e muitos se tornam grandes atacadistas, comerciantes inteligentes que vieram de baixo e aprenderam com a própria circunstância. 

Não é bom viver assim, no submundo do trabalho, desassistido e ignorado das estatísticas, mesmo sendo importante componente da economia. Porque o pobre consome e se pudesse medir, com certeza, a pobreza gasta mais do que a riqueza, vez que a pobreza é grande e a riqueza é para poucos. O trabalhador informal é antes de tudo um forte, teimoso, resistente, um sobrevivente. 

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