A reinvenção da paz

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A reinvenção da paz

A paz parece tão distante. E nela, cada vez mais vamos ficando sem fé. Nos países em guerra se vê a brutalidade, que é até esperada, mas  que não se combina com este mundo desenvolvido.

Nos países sem guerra, como o Brasil, deveríamos experimentar o gosto da paz. Mas isto não acontece. Viver aqui dá um trabalho danado. Morre gente demais. Aqui, a violência campeia leve e faceira. Tira o sossego das pessoas e aumenta os gastos com cachorros, muros, cercas elétricas, travas em janelas, alarmes e seguranças, facas, facões e foices.

Nós estamos precisando da liberdade. E a liberdade está indo embora. Com isto, a democracia vai ficando capenga. E vamos misturando vários Brasis dentro do mesmo e virando o caótico Brasil. Creio que, mesmo no caos pode se encontrar a ordem.

Porque a natureza, em si, é um caos, mas consegue se equilibrar, os bandos de pássaros, os rios com peixes e jacarés, as multidões nos estádios, os grandes eventos também podem se organizar. Agora, a paz não se conseguirá pelo instituto da natureza humana. De jeito nenhum. Para se conseguir a paz será preciso incutir na população o princípio do medo, da punição, ou por meio da educação em casa e na escola.

Ouvi hoje uma moça dizer, numa lanchonete, conversando espontaneamente com seus colegas, que melhor seria que não tivesse governo nenhum e cada pessoa se governar. E que com certeza, tudo seria melhor. De certa forma o que ela falou já está acontecendo. Tanto nas comunidades perdidas nas margens dos rios, regiões distantes de Brasília, como também nas grandes cidades e suas  favelas – que se autogovernam por conta e risco. E quando a figura do Estado convencional não aparece, surge a nova lei e o novo rei.

A paz é um direito. E há jeito sim para se consegui-la. Não há milagres para sua conquista, e sim, muito trabalho.

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