Era Prefeito de Ariquemes e estava numa entrevista de rádio na cidade, com o microfone aberto ao povo, para perguntas e respostas. E tudo ia muito bem. Na cidade tem um bosque de árvores tropicais, ainda preservado, de doze hectares, uma raridade, na vizinhança dos Setores 8 e 4. Nem sei ainda, mas, este bosque que no passado foi um zoológico e depois ficou parado no tempo, ninguém ligou pra ele. O que foi uma beleza, floresta quer mesmo é que o homem esqueça dela. E ali o povo, passou a não ver a floresta, passava por ali e nem ligava, não entrava, nem derrubava nenhuma vara.
O ambiente vedou e se transformou numa amostra linda de aves, bichos e milhares de macacos. Os macacos aumentaram demais. A comida ficou pouca para tantos e o bicho só queria sobreviver. O único jeito que eles tiveram foi o de saltar o muro do parque e entrarem nas casas, furtarem comida nas áreas, copas e cozinhas. Virou um inferno para a vizinhança. Eles aprenderam rápido a arte da imprevisão. Saltavam em bandos e “rapavam” rapidamente as compras, cachos de bananas e tudo que podiam. Eu estava na entrevista, entrou no ar uma senhora aflita e perguntou: – Dr. Confúcio, quem vai cuidar dos macacos do parque, que ninguém aguenta mais, estou vendendo a casa para sair do Setor 8, porque os bichos roubam tudo”. E a conversa dela rapidamente tomou conta do programa, entraram outros moradores e eu prefeito, teria que dar jeito nos meus macacos. Mas, respondi: – gente, infelizmente, não sou prefeito dos macacos. Não convenci, o pessoal ficou com raiva e como puderam, iniciaram uma guerra contra nossos irmãos distantes, com armadilhas, cercas elétricas e todos os tipos. Como se diz, o homem é um bicho que ama a guerra. Só tem que nesta, o homem perdeu, até hoje os macacos estão por lá.
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