O movimento é sagrado. De onde vier e como vier, é sagrado. O movimento visto, sentido e não visto, tudo é extraordinário. Até a vontade e o desejo e a iniciativa são sagrados. Ainda mais quando vem como um broto de naturalidade, como a água que borbulha entre pedras, simples nascentes que se juntam a outras e se reforçam em riachos e rios. É como esta introdução que louvo a iniciativa das igrejas, das organizações não govenamentais, dos benfeitores em geral, que pegam causas para defenderem, como bandeiras de vida.
Foi assim, que ontem, participei de uma reunião em Porto Velho, a convite do Dr. Reginaldo Trindade, com mais tantos outros parlamentares federais e estaduais, ex-paralamentares para se juntarem a ele em defesa dos índios cinta-largas. Não me cabe dizer nada além de louvar a iniciativa, se pequena ou grande, não me importa agora, e sim, me entregar a causa e deixar que outras surjam que possam abranger a mais etnias. A conquista que for conseguida aqui, servirá as demais. Porque a nossa casa é a nossa aldeia. E a nossa aldeia é todo mundo.
Quem poderia imaginar os cinta-largas pobres e explorados? Já que se assentam numa reserva riquíssima de diamantes azuis? Pois é, aqui se trama uma teia de aranha complexa, um paradoxo de contracenso, intrigado quebracabeça que só mergulhando nele e profundamente se pode decifrar. A carta de apoio aos índios é o apito para uma arrancada e lá bem à frente está o ponto de chegada, mas, é preciso começar. Não me pergunte sobre as injustiças. Não pergunte sobre curvas do caminho. Não me pergunte nada. Só me pergunte do ponto de partida e onde se deseja chegar, porque todo calvário indígena neste país iniciou justamente em 1500. Antes eram os senhores das terras, rios e mares.
Deixe seu comentário