Tudo que começa termina. E sábado, terminou a vida de Pedrinho de Oliveira. Tem muitos Pedro (s) no Brasil. Que vem de Pedro Álvares Cabral. Mas, este de que falo, é o nosso Pedro de Ariquemes, que tem ele correndo nas veias da cidade e nas minhas também. É o Pedro de toda hora, desde o começo da cidade.
Ele que estava em todo lugar, desde que convidado, era cerimonioso, para opinar. Todos nós tínhamos reverência pela sua autoridade, sua prudência, suas atitudes, seu exemplo pessoal, pela cadência da sua fala. Até pelo seu silêncio, que dizia muito, quando não falar diz muito mais.
Ele acordava a cidade todos os dias. Como se fosse um apagador das lâmpadas, porque tinha o hábito de levantar pela madrugada e andar no seu ritmo de sempre. Pausado. Era “bom dia” para todo mundo. Cruzei com ele centenas de vezes nas manhãs, porque tenho ainda, o mesmo hábito madrugador. Nós dois parecíamos fiscais da prefeitura, corríamos a cidade, para ver novidades, buracos, lâmpadas queimadas, cachorros mortos.
Era sempre bom ver Pedrinho cedo, porque parecia que o dia seria melhor. Pedro fez a cidade. Antes de ter prefeito por aqui, ele participava do Conselho Comunitário, depois fundou o Lyons Jamari, exerceu a Chefia de Gabinete de dois ou três prefeitos. Não gritava com ninguém. Não batia nos filhos. Viveu com Assunção por mais de 50 anos.
Ela do mesmo jeito, corria dia inteiro para ajudar as pessoas no hospital. É claro que Pedro de Oliveira morreu, Assunção não chorou, pelo menos não a vi chorando no velório. Recebeu todo mundo com galhardia de quem domina a dor. É claro que não iremos esquecê-lo, pelo menos os seus velhos amigos, os pioneiros da cidade, enquanto vivos tivermos o Pedrinho estará sempre em nossas memórias.
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