Qual é a idade certa para se criar juízo?
Será na hora da morte, o momento de se pedir perdão?
Enquanto o tempo passa por aqui, na Amazônia, parece que o nosso homem, este que já poderia estar ajustado ao clima quente e úmido, teria criado por estas verdes bandas, algum sentimento de gratidão e de amor, em derrubar de dentro de si, todo aquele ímpeto destruídor que o moveu para esta região.
Porque, inicialmente, o aventureiro veio pra cá, para uma passagem rápida, entre 3 e 5 anos, enriquecer rapidamente e depois voltar para onde veio. Como um Bandeirante moderno, caçador de esmeraldas. Tirar tudo que pudesse tirar daqui. Derrubar tudo que pudesse derrubar da floresta e vender. Tirar da terra a riqueza, bem rapidamente, encher os bolsos e voltar para os seus estados de origem.
Alguns fizeram isto. Mas, foram poucos.
E foram fincando raízes em Rondônia e noutros Estados, casaram-se e tiveram filhos, mas, grande parte deles, ainda guardam dentro de si, os mesmos sentimentos originais – da esperteza, do aproveitamento até “ilegal” das riquezas rondonienses e parece não ter limites. E vão botando tudo abaixo, e vão destruindo as nascentes, e vão desmatando as margens dos rios e dos igarapés, e vão entrando nas reservas florestais e unidades de conservações, e vão tirando tudo que podem tirar para vender e se transformaram em craques da burla à lei, das notas frias e da construção de estoques falsos.
E avançam onde não podem avançar. Assim como outros, também craques na invasão de terras, nas grilagens, nas matanças, no destempero de ocupações indevidas e quaisquer preços, num verdadeiro comércio imobiliário criminoso. Este homem sem consciência, que nem liga para o calorão que aumenta a cada ano. Que nem se atina a destruição dos rios, a revirar terras nos garimpos ilegais ou bulinarem barrancos e águas santificadas do Rio Madeira. Nem tampouco se constrangem de furtarem nas florestas protegidas a madeira de lei, que não move único neurônio para refletir sobre a falta de água em São Paulo e chuvas em excesso no Rio Grande do Sul.
A estes homens sem limites, que nem a Constituição respeita, que parece um super-homem do mal e que vai levando tudo no peito e na raça, com certeza, atrairá sobre si, todos os pecados do mundo. A você homem desalmado, recairá gradualmente, as penas da lei, que pode tardar, mas, não lhe faltará, para que só ela, lhe dará o que tanto merece, um limite para o seu desmensurado sonho, o castigo da privação da sua liberdade, em todos os sentidos, se não for a cadeia, será a maldição dos tempos.
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