Em 2011 perguntei ao Eugênio (Cairu) Pimenta Bueno: – se fosse o Governador, o que faria de melhor para o Estado? Ele me disse: pegaria um caderno e iria para a entrada de Vilhena. E cada caminhão que entrasse, pegaria a nota fiscal e olhava a carga. Se fosse tomate, repolho, abacate, limão, banana, arroz, ovo, frango, suino, o que fosse, daí em diante Rondônia produziria aqui mesmo.
A mesma pergunta fiz ao Divino Cardoso de Cacoal: – e aí Divino, se fosse Governador o que faria de bom no seu governo. Ele me respondeu: plantaria 5 milhões de mudas de castanheira no Estado, encheria às margens da BR – 364 e Rondônia seria o maior exportador de amêndoas do mundo.
Ouvi do ex-governador João Alberto Capiberibe do Amapá, numa palestra em Brasília: o petróleo da Amazônia é o açaí. E o interessante que nesta estação está faltando açaí até em Porto Velho. 
Muito bem, com isto eu quero dizer aos empresários de Rondônia e aos Prefeitos (todos) que a especialidade do nosso Estado é produção de alimentos. Sei que as prefeituras não têm dinheiro. E se pedir para eles fazer alguma coisa neste sentido, irão me falar: – mas, com que dinheiro, primo? Não sei. Mas, uma coisa é certa, cada prefeito de Rondônia, terá ainda este ano, que iniciar um projeto de aumento da produção de alimentos.
Cada um sabe o que seu município pode fazer. Todo mundo aí já tem um mandato e está no segundo e outros tem três anos de mandato. Colocar o pessoal da prefeitura para correr os lotes, assentamentos, pegar um ônibus, encher de gente e trazer pra rua todo mês. Para falar de negócio, para falar de café, para falar de leite, para falar de agroindústria, para falar de inhame, de abacaxi, de peixe, de tomate, repolho, limão, verduras em geral. Cada município terá que dobrar a sua produção. Não tem esta de ficar conformado com as coisas. E achar que está tudo bem. De jeito nenhum. Se o Prefeito não tiver dinheiro, corre o comércio, lojas agropecuárias e vamos comprar mudas para plantar.
A conversa do Eugênio e do Divino tem lógica. E está muito atual ainda. O Estado avançou, mas, ainda não está bom. Porque entra muito mais mercadoria de fora aqui do que sai. Temos que fazer a marcha inversa. Senhor Prefeito, Prefeita, Secretários municipais conte com o Governo, com a Emater e vamos partir pra cima. Ainda tem muita gente no lote praticando uma agricultura primitiva e improdutiva, insuficiente até mesmo para a subsistência. Tem calcário, tem vocês da prefeitura, tem as lojas agropecuárias, tem os técnicos agrícolas, tem os parques de exposições, tem as associações rurais precisando de apoio, tem os sindicatos rurais e da agricultura familiar, tem muita gente, meus amigos, tem muita gente. E olhem bem o que estou falando, é sério. Está na hora de plantar dois hectares de café irrigado e adubado e clonal. E tudo mais que falei acima. Vamos que vamos. Temos que mudar a nossa mentalidade coleltiva, pensar que não há agricultura familiar e sim agricultura com produção e renda. E pegar na mão do camarada, é isto mesmo, pegar na mão para ensiná-lo que a tecnologia no campo é a solução.
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