A PEQUENA GRANDE AÇÃO

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O que chega ao gabinete não significa o que seja necessário e a verdade dos fatos há outras necessidades bem mais importantes. Porque o resultado econômico do Estado vem da soma do que cada um faz e tem. E as grandes necessidades das pessoas, que são geralmente pequenas ações que não lhe chegam pela voz de quem precisa. Porque a necessidade pequena, em geral, não tem oportunidade de acesso a uma audiência.unnamed

As pessoas de posse e recursos altos tem acesso ao governo com enorme facilidade, devido a rede de influência e se beneficiam de incentivos fiscais, de obras em suas áreas de influência e exercem fortíssimo poder de pressão.

Por isso que o governo em si mesmo ou pelos secretários devem sair fora dos palácios para visitarem assentamentos rurais, desabrigados, desassistidos, idosos, moradores das ruas, ribeirinhos para ouvi-los, além de verem com seus próprios olhos o que as comunidades distantes precisam para movimentarem suas vidas com mais dignidade.

Tem ruas cheias de buracos, lama, grotas, sujeiras, matagais que precisam de limpeza e ajuda. Tem municípios sem recursos para compra de medicamentos básicos. Em Calama falta um pequeno porto de acesso à pessoas e embarcações, como outros tantos distritos e comunidades. Tem escolas rurais sem professores de matemática, como ouvi em Pedras Negras: ‘governador mande um professor de matemática uma semana a cada dois meses”.

Tem pontes caídas, pequenas, fáceis de resolver. Tem pequenos agricultores isolados e perdidos sem assistência técnica e praticando um modelo rudimentar de produção. As vezes precisando de um caminhão para transporte dos seus produtos para as feiras. Ou muito menos.

É preciso sair do redemoinho da burocracia estafante, da papelada sem fim, das chateações por cargos no governo e chegar perto destas comunidades. Nem falei aqui dos índios que precisam de tão pouco!

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