Dias atrás, por incrível que pareça, um profissional da área florestal, me disse: “o madeireiro quer trabalhar legal, mas, se não tem manejo da floresta, ele trabalha ilegal e tira a madeira do mesmo jeito”. Ontem, ouvi a mesma coisa, de novo e ainda mais grave: “a madeira está acabando em Rondônia, agora, virá a madeira das posses e das reservas”. Há uma contradição, escrita na lei da natureza humana e do universo, tudo que se faz contra o planeta, vira contra quem a ofende. Por isso a riqueza duvidosa de um momento se transforma em pobreza no decorrer do tempo.
É um desaforo imenso. Uma petulância ainda maior. De outro lado, bem natural, que as áreas disponíveis vão ficando cada vez mais distantes das indústrias. E tudo vai ficando mais caro. E a escassez da matéria-prima faz com que as madeireiras migrem ou fechem as portas. Mas, não poderemos viver, numa terra arrasada. Nem como cidades criadas às beiras dos garimpos. Acaba o garimpo, a cidade se deprime. O mais importante de tudo é busca da legalidade da exploração madeireira, enquanto a iniciativa privada contribui para formação de florestas plantadas, para mais tarde, ter abundância de madeira para trabalhar. Esta visão estratégica tira a possibilidade de que o Estado de Rondônia, viva sempre, nesta eterna luta entre os órgãos fiscalizadores e os empresários do ramo madeireiro.
Todo mundo sabe, que uma indústria madeireira movimenta muito dinheiro, muitos empregos, muita energia, muito combustível, muitos movimentos comerciais em cascata. É importantíssimo para a nossa economia, mesmo que não seja, pela contribuição direta na carga tributária ao Estado, mas, é providencial na geração de oportunidades de renda para muitos trabalhadores.
Temos que evoluir. E sair deste confronto, como se fosse um filme de faroeste, entre bandidos e mocinhos. Eu sempre falo quando tenho oportunidade: – qual é melhor, o Estado fiscalizar a atividade? ou IBAMA ou Polícia Federal? É como se fosse pedisse ao vizinho para corrigir o seu filho em sua casa, um imenso despropósito. Claro que é muito melhor que o Estado, pela SEDAM execute o serviço de fiscalização, para gradualmente, ficarem no Estado, os madeireiros que queiram trabalhar limpo, sem precisar montar um monstruoso “esquema” de informações e contra-informações, caríssimo, de risco, para tirarem madeiras das unidades de conservações e reservas indígenas.
O outro lado da moeda, bem mais digno é fazermos um pacto pelas boas práticas ambientais em nosso Estado, como o município de Paragominas, Estado do Pará fez há alguns anos atrás, que é um excelente exemplo de maturidade, coisa de adulto. Quando se trabalha e preserva o meio ambiente (o que os ambientalistas chamam de sustentabilidade), todos ganham muito e o planeta ganha muito mais. Você acha, que esta bagunça de calorão no Brasil, falta de água, chuva demais ali e acolá, seca no outro lugar, rios secos, aumento do câncer de pele e tudo mais, vem acontecendo, justamente, por falta de observações dos homens que pensam, apenas, neste exato momento.
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