Plantando águas (nova versão)

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Plantando águas (nova versão)

 

Autor: Antonio Deusemínio

Parabéns pela proposta e desejo de deixar a marca nas matas ciliares e nascentes do nosso Estado. Realmente esse é um tema  interessante, mas que poucos gostam de falar e muito menos gostam de fazer alguma coisa.

Fomos educados a DESMATAR, DESFLORESTAR. É difícil essa mudança de comportamento com o time jogando. Por isso muitos resistem, ignoram os problemas futuros. Ironia do destino, sempre que posso, em minhas palestras nas escolas e comunidades faço questão de relatar os processos de migração para Rondônia, de minha família, no começo dos anos 80, tudo devido a crise de água, os solos degradados, os rios secando, no interior de Minas.

Mas os métodos de exploração e convivência com os recursos naturais continuam os mesmos, então os resultados serão sempre os mesmos. Somos as mesmas pessoas que degradamos o Sudeste, o Sul, o Centro Oeste e agora o Norte do Brasil. Não tem mais para onde ir, não tem mais fronteiras.

Cresci ouvindo meu pai falando do Mato Grosso, e Rondônia. Hoje consigo ver os mesmos sinais de dificuldades, e aqui as consequências da seca são ainda mais preocupantes.

Fiquei feliz de ver no Blog a provocação para a Sedam na propositura de um plano  para revitalização do Rio  Jaru. Costumo dizer que minha esperança está na juventude, nos filhos de Jaru,   nos filhos de Rondônia. Os pais vieram com outros objetivos, e conseguiram, agora precisamos focar a juventude.  O prefeito de  Jaru é um jovem, nascido em Jaru, acredito que terá a sensibilidade suficiente para ajudar nessa proposta.
Tenho também algumas idéias, sobre a questão dos recursos para a implantação efetiva das árvores nas nascentes e matas ciliares. Pesquiso muito e descobri o Pronaf Floresta, um projeito simples, sem garantias. Com limite de 38 mil por beneficiário, pode ser um jovem, um agricultor que ainda não tem a escritura ou título da terra, enfim, um bônus do governo para incentivar o plantio das árvores.
O que precisamos é fazer uma grande ação com Ceplac,  Emater e as Efas, que são 3 no território Central de Rondônia, com mais de 500 jovens rurais, para disponibilização desses créditos,  que não se usam no Estado,  para a revitalização dessas nascentes.
Existem ainda alguns paradigmas que podem ser superados, em relação a aplicação desses recursos nas nascentes, mas podemos colocar cacau, acai, pupunha, enfim, tudo com dupla aptidão, frutos e água.
Imagine o Rio Jaru com suas margens carregadas de cacau, acai e outras espécies, tudo comandado pela juventude. Creio nessa possibilidade, o juro é 2,5%ao ano, com 5 anos de carência e mais 8 para se pagar.
Ninguém sabe disso ainda, ninguém divulga, estou conseguindo aplicar esse crédito em Nova União e Mirante para 60 famílias, estão felizes. Mas precisamos mais, aqui só fazem projetos para pecuária, já tem tudo pronto , o pacote, enfim. Precisamos algo novo, jeito novo. Quero trabalhar para que esses meninos das Efas (Escolas Famílias Agrícolas) já saiam da escola com seus projetos aprovados pelo banco, tudo muito rápido, não precisam dos documentos da terra dos pais, apenas um contrato de comodato por 13 anos, período da vigência do mesmo.
Precisamos envolver a juventude da Fetagro, são milhares de jovens. Dr. Confúcio,essa é a senha .
Não consigo ver um agricultor ,que sempre sonhou com suas vaquinhas lá naquelas SERRAS DE MINAS , chegar a Rondônia, formar suas pastagens, derrubar tudo, conquistar esses animais, e agora, depois de tudo conquistado, de tanto tempo, eles matarem o capim, para plantar uma árvore nos banhados, que são as APPS, acho isso pouco provável.
Mas com a juventude é diferente, eles só precisam de uma oportunidade, e a grande oportunidade, a meu ver , é o PRONAF FLORESTA.
Continuo sempre à sua disposição.

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