Eu conheço a história do “assentamento” Canaã. Eu coloquei, de propósito, entre parênteses, a palavra assentamento. Porque o Canaã, não é um assentamento legal. O pessoal entrou na área de fazenda, que tem dono, há mais de 16 anos. E eles estão lá. Fizeram os sítios. Mexeram na terra. Nasceram filhos por lá. E sempre, atormentados com ordens de reintegração de posse. Tem moça que nasceu no “grilo” e já tem filho. Por aí se vê, que o poder público brasileiro é extremamente lerdo. Um horror.
Eu mesmo, já fui procurado pelos moradores, nem sei quantas vezes. E nada de resolver. Um caso como este, simples como é, bastava um decreto presidencial de desapropriação. Pagar o proprietário pelo preço justo. E assentar de fato, os pequenos produtores.
Não é, que agora, bem recente, semana passada, as lideranças do “assentamento” me encontraram na EXPOVALE, em Ariquemes, e me cercaram, para conversar sobre a situação deles, me parece que piorou. Há uma sentença judicial definitiva para limpar a área.
Eu fico pensando na reforma agrária que tanto se fala em prosa e verso. Mas, que na realidade, não passa de uma grande enrolação, de vai e vem, de mexe e remexe, e não sai do lugar, deixando famílias expostas ao ridículo, frágil, medrosa, insegura. E o bendito governo federal, pelo INCRA, nada tendo como poder, para resolver estes impasses. Enquanto isto, pulula em Rondônia, o grave preço, de ser o o segundo Estado em matança de gente, por conflito de terra.
Eu acho, que teremos que fazer uma longa viagem, até o Império Romano, no Governo do Imperador Adriano, para buscar a fórmula exata do que venha a ser Reforma Agrária. Porque, onde tem terra boa, não se desapropria. Onde tem rodovia asfaltada não se desapropria. Onde tem linha de telefone, não se desapropria. Onde tem escola perto, não se desapropria.
Termina que os assentamos são implantados no fim do mundo. Sem estradas, sem saúde, sem escolas, em terras fracas, inférteis, pobres. Um crime.
Mude Brasil!
É simples. Dinheiro para assentamentos em terras boas. Com infraestrutura. Tem muita gente querendo vender fazendas. E por preço de mercado. E nelas assentar muita gente que precisa.
Aqui, em Rondônia, conheço tudo. Já falei com Deus e o Diabo, sobre soluções. E todo mundo fica, amarrado numa burocracia dos infernos, jogando pra frente, pra frente, pra frente. Enquanto isto, nascerão netos do Assentamento Canaã.
Eu não sou do PT e nem sou socialista puro, mas, me lembro bem de Adão Preto, Deputado já falecido do Rio Grande do Sul, que falava o seguinte: -“A terra não pertence a ninguém. Tudo passa e a terra fica. Assim, como o ar e água não pertencem a ninguém. Todo mundo tem direito a beber um copo d’água quando tiver sede. Todo mundo tem direito a respirar o ar. Assim, a mesma coisa, com a terra.”
Que o Governo pague, ao proprietário da terra do Canaã, o preço de mercado, e, assente definitivamente o pessoal. E chega!
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