Governo tem hora que é uma desgraça. Governo aliena o homem. E todo mundo deve ir se desgarrando devagarinho, para cair dentro do poço de realidade que nos rodeia. Porque deixamos de lado, as coisas simples. Por exemplo, morri de vergonha, quando uma aluna, do Colégio Tiradentes, em Porto Velho, ganhou o campeonato estadual de robótica, e não foi concedido a ela a passagem para disputar o campeonato nacional. Da mesma forma, os atletas paralímpicos, um sucesso rondoniense, que perdemos três deles para São Caetano (SP), porque aqui, não tiveram condições de viver e se manter no esporte.
Uma professora que trabalha com alunos cegos, que não tem os materiais, simples, para suas aulas, enquanto, fico no mundo da lua, querendo construir prédios. E aquele cidadão, aflito, que liga para o 190, no momento do seu drama, e não há ninguém para atender e nem lhe responder. Da mesma forma, o atendimento de saúde, que muita gente volta, sem atendimento, mesmo chegando na madrugada.
Uma professora de Vilhena, inteligente e simples, criou com material reciclado, um sistema de ensino para cegos, ganhou o prêmio de Boas Ideias, e, até hoje, não concedi para ela, minimo incentivo, para continuar pesquisando e avançando, porque fico sempre, atinado para os grandes problemas, que nem sempre soluciono.
Eu passo, quase sempre, à porta do TUDO AQUI, que o construí, para acabar com a fila, e mesmo hoje, depois de lindo e maravilhoso, ainda por lá passo, pelas madrugadas, porque sou de caminhador pelas ruas, horas mortas, e, lá está a bendita fila. Fico com meu estômago embrulhado com tudo isto.
E fico, indignado, com os incentivos fiscais, geralmente, para os mesmos, quase sempre os mesmos, ora frigoríficos, ora laticínios, ora outros que já ficaram ricos, enquanto, os pequenos, os pobres, ribeirinhos, vendedores ambulantes, carecem e precisam de incentivos e apoio do Estado, que fará imensa diferença pra eles, e com bem pouco.
E olhe, que tenho falado nisto, proposto mudança, mas tem um conselho, composto de muita gente, que cada um defende a sua categoria, e não vejo sentado à mesa do Conselho de Desenvolvimento do Estado, nenhuma representação de associações, de Sem-Terra, de entidades indígenas, catadores de lixo e termina que tudo fica do mesmo jeito, e, eu, inconformado, sempre dizendo: – gente – é preciso mudar.
Mesmo assim, tenho arrancando com as agroindústrias, com o Banco do Povo, mas ainda é pouco, e, de certa forma, é preciso “se mancar”, e entender o Brasil, como um país, desigual, lascado e bravo. Tem gente lutando na rua, do seu jeito, para viver, minimamente, com dignidade e muita inovação.
Vai-se numa palestra nobre, ouvir sobre produtividade e inovação, beleza pura, lindo de viver, que é o futuro do mundo, estas e outras coisas mais, mas, só se pensa nas corporações, nos bancos, na ciranda financeira, mas nem se atina, para a realidade do camarada, que se vira na rua, com extraordinária inovação, vendendo bolo, comida, pamonha, consertando fogão e se virando de qualquer jeito.
A isto chamo também de inovação.
Mas, o governo, deve descer do seu pedestal e entender que o Brasil é um país como se vê e que tudo deve nascer de baixo pra cima, sem ideologia, sem discurso, mas, fazendo o que deve ser feito. E parar de orgasmos múltiplos, com encantamentos, que não chegamos ainda a este patamar notável.
Vamos concentrar nas coisas simples. No que chamo de arroz com feijão.
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