É incrível como desperdiçamos coisas. Como desperdiçamos energia do nosso próprio corpo. Como desperdiçamos tempo. Como desperdiçamos água. Tanto em casa, na vida real e nossa, como na empresa ou no serviço público.
Eu li em algum lugar e faz tempo, o ex-Ministro Bresser Pereira, disse (perdão se tiver errado no número) que 40% dos recursos públicos são desperdiçados. Fiquei pensando, poxa! Incrível. 40% do dinheiro público é desperdiçado? No ralo, pareceu-me exagerado. Mas, o tempo foi passando e fui observando, que mesmo que não chegue a este número exato, o desperdício existe e é muito. Principalmente, no serviço público brasileiro.
Basta dar uma olhada nas obras públicas. A grande quantidade de obras iniciadas e paralisadas, pelos mais diversos motivos. E aí, quando retornam e se retornarem, os preços triplicam. Quem paga por este desperdício de tempo e dinheiro?
Equipamentos comprados e não instalados. Prédios feitos e não usados. Materiais perdidos nos almoxarifados. Carros públicos zanzando pelas ruas para interesses particulares. Furto de combustível e de peças. Horas extras recebidas e não trabalhadas. Medicamentos comprados, não usados, vencidos e descartados horas mortas da madrugada.
Ser gestor público hoje ou mesmo de empresas particulares e até dono de casa – deve ser antes de mais nada – eficiente administrador do desperdício.
Segurando estes ralos, com certeza, sobrarão recursos para fazer o que deve ser feito e atender as comunidades mais necessitadas, no todo ou em parte.
Veja bem, o desperdício de comida nos mercados, restaurantes e nas próprias residencias, enorme, que daria para alimentar milhares de pessoas. A criação dos Bancos de Alimentos é uma grande oportunidade de fazer o aproveitamento de comida. Eu tenho experiência própria, quando fui prefeito de Ariquemes aproveitei comida e fazia tudo do bom e do melhor para eventos, creches, escolas e cestas básicas.
A minha receita – para os novos prefeitos – é que sejam bons combatentes do desperdício. E como me disse Tarciso Delgado (ex-prefeito de Juiz de Fora) – “a austeridade gera filhos”.
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