Meu pai dizia: “menino! você está cheio de nove horas”. Queria dizer que se estava mentindo ou enrolando.
É assim, que sinto a relação entre a vontade de fazer e a imensa distância de se fazer de verdade, a reforma agrária, de verdade. Aqui em Rondônia, ao se documentar todos os posseiros, os acampados, as terras desmembradas e as aquisições de pequenas glebas, ninguém segurará este Estado, no quesito crescimento e riqueza. O modelo atual é centralizado, a visível relação de desconfiança entre o governo federal, o estadual e o municipal, já se mostrou completamente ineficiente. O poder local é completamente excluído de autonomia e iniciativa para regularizar de terras. Embora, o conflito aconteça no município.
Aos governos municipais e estaduais cabem, apenas, encarar os conflitos. A se debaterem com as encrencas e as dificuldades. E não podem resolver. O modelo atual, não leva em conta que o homem envelhece e morre. Não considera que a terra é eterna e a vida, por aqui, é curta. Enquanto isto, a família fica em cima da terra, precariamente, num eterno modelo de incerteza e baixa produtividade da propriedade, justamente, pela falta de documento e do crédito.
Brasília fica longe daqui e é caro chegar lá. E se chegar lá, para reclamar, não irá acontecer nada, no modelo atual. E não é por falta de protesto que tudo isto não se resolveu. As marchas dos movimentos sociais tem sido exaustivas e nada tem saído do lugar. O tempo de Brasília não é o mesmo tempo da necessidade humana e não tem compromisso com o tempo político.
Aqui em Rondônia, o que mais tenho acumulado são as sentenças para reintegração de posse. E isto tem sido motivo para os conflitos rurais, a violência no campo e este monte de matança que se tem por aqui.
O modelo de reforma agrária deve ser pensado de maneira diferente. Vamos ver como se fez noutros países. Quem sabe ir ao Império Romano, do Imperador Adriano, para buscar na história, as soluções para o modelo brasileiro. Aqui, no Governo, quando se tem uma coisa difícil para resolver, eu crio a chamada MESA INTEGRADORA. Um grupo senta numa mesa e só levanta quando tiver a solução. E não passa pra outro tema, enquanto aquele mais difícil não tiver resolvido. O modelo Amana-Key chama estas coisas de soluções das EQUAÇÕES IMPOSSÍVEIS.
Deixe seu comentário