Os presos. Como estão por aqui e por acolá, Brasil afora, pouco se difere e mais parece com as cadeias da Idade Média, os calabouços, os porões dos navios negreiros. Além do mais, a falta do espaço, dos metros quadrados, que tanto se exige da iniciativa privada, por regras, por ofícios da segurança disto e daquilo. Os equipamentos de proteções necessários para a saúde das pessoas, na roça, no curral, na indústria. O espaço e a proteção necessárias para não se desumanizar. Nem adoecer. Os presídios não passam por estes rigores preventivos. E nem o Estado pode prover tudo que se põe como justo e necessário. Ainda mais agora, quando o amargor da crise bateu às portas de todas as casas, muito pode acontecer nas cadeias, com suor e lágrimas, o Estado, pobre Estado, sente-se impotente para ofertar a dignidade humana aos que cumprem penas. Pois bem, a alternativa é tudo que vem se fazendo para reduzir o encarceramento. E tudo dói no povo, como injusto se praticar o crime e não ser punido com rigor. Não se pode discutir a dor dos outros, nem suas emoções e sentimentos. Aqui é a pedra da realidade, o duro da vida, o possível e estritamente possível. A audiência de custódia, aceito como válida e oportuna. A reinserção na realidade rondoniense, acho importantíssima. Não nos laboratórios exemplares, nem oficinas de estilo SESI e SENAI, mas, no trabalho, dentro e fora, na fazenda, na rua, no hospital, escola, na máquina que já existe. E abrir as cadeias para as empresas instalarem oficinas. Abrir oportunidades para empresas incentivas, é lógico, poderem acolher presos para o trabalho. É assim que eu vejo e penso. Aqui me bato pela Fazenda Futuro na área da Penal, com peixes, frutas, hortas, frangos, vacas leiteiras, viveiros de mudas. Castanheiras para sítios e fazendas. Mudas de café e cacau. Mudas. Os municípios estão carentes de mão-de-obra para pontes, estradas, asfalto, reformas. É a reinserção do possível. É a vida, o vento, a visão de liberdade, o sol, o calor da rua. É o espaço que falta na cela cheia. O cheiro do horror, do ar que se respira, dos gases do corpo. Enfim, é o labor, o ganho pouco que é muito. E que faz o milagre acontecer. O que é possível fazer. E é muito. A lei em si é dura, mas, a realidade é muito mais dura.
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